Novas regras de formação de preço do combustível estariam prejudicando a importação do produto, de acordou com a consultoria INTL FCStone.
A consultoria INTL FCStone afirmou que pode faltar diesel no último trimestre de 2018. Após a greve dos caminhoneiros, o sistema de tabelamento de preços do combustível ao consumidor final e a subvenção aos fornecedores tem gerado problemas para remunerar os importadores do produto.
Além disso, até o momento não foi paga a grande maioria dos valores devidos aos fornecedores pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), muitas empresas estão sem liquidez para realizar novas operações e têm incertezas se a subvenção ocorrerá de fato.
“A importação privada está paralisada e a Petrobras é praticamente o único agente a trazer produto para o Brasil, salvo raras exceções”, afirma Thadeu Silva.
Estoques
Em relação à oferta doméstica do óleo diesel, que se agravou após a explosão da Refinaria de Paulínia (Replan), no interior de São Paulo, durante agosto e reduziu sua capacidade em cerca de 50%, a INTL FCStone projeta que o Brasil precisará importar cerca de 5,5 milhões de m³ durante os próximos 4 meses para equilibrar o balanço de oferta e demanda doméstico em 2018.
“Comparando com o volume importado no mesmo período de 2017, as aquisições de diesel no mercado internacional precisarão expandir 12,2%, realçando que no passado, 24,2% do diesel ofertado no mercado doméstico teve origem fora do Brasil, o maior volume já registrado para o produto”, diz.
Procura
Os últimos meses do ano costumam apresentar o pico da demanda por diesel no Brasil e 2018 não será diferente, segundo a consultoria. A maior procura pelo combustível fóssil nesse período está relacionada ao setor agrícola brasileiro. Em meio à evolução da safra de grãos, espera-se que o consumo anual de diesel no Brasil apresente evolução de 0,32% em relação ao volume total demandado em 2017.
“Caso não haja mudança na política de precificação de diesel por parte da ANP e o início do pagamento da subvenção teremos desabastecimento de diesel nos últimos meses do ano ou a Petrobrás terá que arcar sozinha com o prejuízo de suprir a totalidade do mercado brasileiro com arbitragem negativa”, avalia Silva.
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