Médica que vive no Brasil há três anos lembra situações limites, como atender pacientes no chão.
A dificuldade para encontrar produtos básicos fez com que mães dessem mamadeiras com água onde foi fervido macarrão e batata na esperança de nutrir seus bebês de alguma forma, já que não há mais leite na Venezuela. Isso foi em 2014, mas a médica Elaine Kummerow, de 27 anos, sabe que a situação atual é pior.
Ainda na faculdade, Elaine conviveu com a precariedade do sistema de saúde da Venezuela. Em Valencia, onde vivia, atendeu crianças que tiveram os pais assassinados e tinham de ser mantidas internadas, mesmo saudáveis, para não serem abandonadas.
Ela conta que atendeu pacientes no chão do hospital e usou garrafas de água de contrapeso para corrigir a fratura no ângulo certo.
“Era comum faltar luz e, em uma das vezes, precisamos pedir para residentes fazerem ventilação manualmente nos pacientes, pois a mecânica não funcionava.”, explica Elaine, que mora no Brasil há três anos.
Com a falta de água, a higiene ficava precária e muitas cirurgias tinham de ser canceladas.
“Certas emergências eram aceitas de maneira equivocada só para não deixarmos o paciente morrer na porta do hospital”, continuo a médica.
A ONU e a OEA demonstram preocupação com a crise e pedem que o governo aceite a ajuda internacional.
Em declaração conjunta, cinco especialistas destacaram em relatório que um dos sinais da crise é o fato de que 16 crianças morreram desde o começo do ano em um só hospital, em Lara, por conta das condições de higiene.
Fonte: Tarciso Morais – Renova Mídia