A moeda disparou e fechou cotada a R$3,80.
A parte da manhã para os mercados de risco no mundo até que foi razoavelmente tranquila, depois do FED ter elevado juros na véspera e sinalizado a possibilidade de mais duas altas no segundo semestre deste ano. O BCE (BC Europeu) se encarregou disso, ao manter a política monetária estabilizada, indicando que vai manter a compra de ativos em 30 bilhões de euros mês até setembro e compras de 15 bilhões mês até dezembro. Além disso, declarou que os juros devem demorar para subir até o verão de 2019.
O euro caiu em relação ao dólar, mas os principais mercados acionários da Europa fecharam em boa alta. A parte da tarde é que foi estressante com o dólar forte no mercado internacional e no Brasil também. É bom lembrar que os investidores estão nervosos com a lista de produtos (cerca de 900 itens) provenientes da China a serem sobretaxados pelos EUA amanhã. Mais ainda, não esquecer que o país deve anunciar até o final do mês restrições aos investimentos chineses nos EUA.
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Nos EUA os pedidos de auxílio desemprego da semana passada encolheram 4.000 posições para 218.000 pedidos e as vendas no varejo expandiram em maio 0,8%, de previsão de alta de 0,4%. Os preços dos importados subiram 0,6% e os estoques nas empresas em alta de 0,3% para abril. O FMI estimou que os EUA vão crescer 2,9% em 2018 e que os gastos devem levar o déficit do governo para 4,5%.
No mercado externo, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 0,45%, com o barril cotado a US$ 66,94. Ataques em portos da Líbia puxaram o mercado. O euro era transacionado em queda de 1,67% e cotado a US$ 1,159. Notes americanos de dez anos com taxa de juros de 2,93%, em queda. O ouro e a prata em alta na Comex e commodities agrícolas com viés de alta na bolsa de Chicago.
No cenário doméstico, o dólar ficou estressado, e a cotação superou R$ 3,81, mesmo com o Bacen fazendo a maior colocação de operações de swap, desde quando começou a subir. O Bacen já tinha colocado 100.000 contratos (algo como US$ 5,0 bilhões), além da rolagem de 8.800 contratos. É como temos afirmado: os agentes do mercado vão continuar testando a postura do Bacen.
O IBGE anunciou que o volume de serviços prestados de abril subiu 1,0%, e contra o mesmo mês de 2017, +2,2%. No ano há contração de 0,6%, e em 12 meses com -1,2%. A receita bruta nominal expandiu 0,9% e os serviços prestados para famílias com +1,5%. Foi o primeiro mês positivo do ano de 2018.
No mercado, os DIs encerraram o dia com alta de juros para todos os vencimentos mais líquidos e o dólar fechou cotado em R$ 3,81, com variação de 2,59%. No segmento Bovespa, na sessão de 12 de junho, os investidores estrangeiros voltaram a sacar recursos no montante de R$ 232,6 milhões, deixando o saldo negativo de junho em R$ 3,66 bilhões e o ano com saídas líquidas de R$ 7,68 bilhões.
No mercado acionário, dia de alta de 0,81% para a bolsa de Londres, Paris com +1,39% e Frankfurt com +1,68%. Madri e Milão com altas de respectivamente 0,59% e 1,22%. No mercado americano, dia de Dow Jones com -0,09% e Nasdaq com +0,85%, em novo recorde de pontos. Na B3, mais uma sessão de queda (sete quedas e uma alta pequena) de 0,97% e índice em 71.721 pontos. Destaque negativo para bancos, com Itaú -3,5% e Bradesco -4,0%.
Na agenda de amanhã, teremos a decisão do BoJ (BC Japonês) sobre política monetária que não deve ser alterada. No Brasil, teremos o IGP-10 de junho, o IBC-Br de abril (prévia do PIB) e a sondagem de investimentos da FGV. Nos EUA, a produção industrial de maio, o índice de atividade industrial de NY de junho e a confiança do consumido de Michigan de junho. Além disso, o fluxo de capitais de abril.
Alvaro Bandeira
Sócio e Economista-Chefe modalmais
Fonte: https://www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado