O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dispensou 40 militares que atuavam na Coordenação de Administração do Palácio do Alvorada.
A dispensa ocorre após o petista demonstrar desconfiança com a atuação de militares que trabalham no governo e em meio ao processo de adaptação da residência oficial do chefe do Executivo para receber Lula e sua família.
Na primeira semana de janeiro, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, concedeu uma entrevista à GloboNews em que reclamou da situação do imóvel deixada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ela mostrou tapetes rasgados, móveis danificados, rachadura em uma janela, entre outros pontos, e acusou a família Bolsonaro de não ter cuidado do local.
As dispensas dos 40 militares foram publicadas no Diário Oficial da União desta terça-feira (17). Na semana passada, em café da manhã com jornalistas, Lula deixou clara a desconfiança com a segurança e com fardados que estão no governo.
Primeiro, disse que optou por nomear pessoas de confiança para serem seus ajudantes de ordem porque não confiava em alguns militares nomeados no último governo por Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
Depois, afirmou acreditar em conivência de militares no dia em que bolsonaristas invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes, inclusive o Palácio do Planalto.
“Eu estou esperando a poeira baixar. Eu quero ver todas as fitas gravadas dentro da Suprema Corte, dentro do palácio. Teve muito agente conivente. Teve muita gente da PM conivente. Muita gente das Forças Armadas aqui de dentro coniventes. Eu estou convencido que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar porque não tem porta quebrada. Ou seja, alguém facilitou a entrada deles aqui”, afirmou.
Os militares dispensados nesta terça seguem como integrantes das Forças Armadas, mas deixarão de receber a gratificação a que tinham direito por atuar na coordenação do Palácio da Alvorada.
No encontro da semana passada, Lula também reclamou que ainda não tem onde morar devido à situação do Alvorada deixada por Bolsonaro e também pela da Granja do Torto, que era ocupada pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes, no último governo.
“Estamos vivendo em um momento sui generis, eu e a Janja ainda não temos casa para morar”, disse.