A Justiça Federal negou pedido de HC (Habeas Corpus) para os oito presos na segunda fase da Operação Lama Asfáltica, denominada Fazenda de Lama. Desta forma, ficam mantidos presos o ex-deputado federal Edson Giroto, sua esposa Rachel Giroto, os empresários Flávio Henrique Oliveira e João Amorim, a filha de Amorim, Ana Paula Dolzan Amorim, sua secretária Elza Cristina, Wilson Roberto Mariano, mais conhecido como Beto Mariano e a filha Mariane Mariano.
Os quatro homens estão no Centro de Triagem da Penitenciária de Segurança Maxima de Campo Grande e as mulheres seguem em regime de prisão domiciliar.
O advogado de Beto Mariano e Mariane Mariano, Carlos Henrique Oliveira havia pedido o HC de Mariane, mas, segundo ele foi negado. Os casos estão sendo julgados no TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que fica em São Paulo.
“No final da tarde de ontem, quarta-feira (25), saiu a decisão e não concederam a liberdade de Mariane que eu solicitei. Não sei a justificativa, por que não tive acesso, mas devo saber na segunda-feira. Agora não temos o que fazer. Vamos aguardar a decisão do mérito. Só havia pedido o dela mesmo e como foi negado vou esperar para pedir do Beto”, disse Carlos Henrique.
O advogado de Edson Giroto, sua esposa Rachel Giroto e Flávio Henrique Oliveira, Valeriano Fontoura, explicou que seus clientes também não conseguiram a liberdade provisória desejada.
“De fato foi negado a liminar do pedido e creio que seja pra todos. Agora eles vão analisar o mérito do pedido, que não tem nada pra ser julgado. É um grupo de colegiados que faz a análise e depende deles par colocarem na pauta. Vamos aguardar”.
A reportagem tentou contato com o advogado de João Amorim, sua filha e sua secretária, Benedito de Figueiredo, mas o celular caiu na caixa postal.
Nesta semana, o processo desses presos foram colocados em segredo de justiça no TRF 3. Até então era possível acompanhar o andamento das decisões e agora não é mais permitido. Os próprios advogados das partes envolvidas estão sem poder saber dos casos, estando em Campo Grande.
Operação
Esta segunda fase da operação Lama Asfáltica bloqueou pouco mais de R$ 43 milhões em bens de 24 pessoas, apreendeu dois aviões, um do empreiteiro João Amorim e outro do empresário João Baird, e encontrou na casa dos acusados US$ 10 mil em espécie e um montante em real que ainda está sendo contabilizado pelos agentes da Polícia Federal.
A ação, que envolveu 201 policiais federais, 28 da Controladoria Geral da União e 44 da Receita Federal cumpriu 28 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão temporária, bem como 24 mandados de sequestro de bens dos investigados, dentre eles imóveis rurais e urbanos e contas bancárias.
De acordo com o superintende da PF, Ricardo Cubas, do montante de R$ 195 milhões em obras da gestão Puccinelli investigados na 1ª fase da operação foram identificados desvios de R$ 11 milhões, e mais R$ 33 milhões na 2ª etapa da apuração, um total de R$ 44 milhões. A suspeita é que pelo menos 23% de cada empreendimento era desviado pelo grupo, classificado de organização criminosa pela Polícia.MIDIAMAX