Ainda é muito cedo para comentar sobre um possível bom candidato à Presidência da República, mas minha ansiedade é grande demais para ficar pensando nisso sozinho, por isso deixe-me dividir contigo caro leitor esta preocupação.
E sabes por que ando preocupado? Porque o que tenho visto por aí não tem me agradado muito.
Considerando as pesquisas de intenção de votos dos atuais pretendentes ao cargo máximo do país, de cima para baixo, começo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula estará fora e por duas razões: A primeira por conta da Justiça que deverá colocar seu nome indisponível para qualquer cargo eletivo. A segunda, se for candidato a presidente, autorizado por alguma liminar, não se elegeria e a prova disso são as próprias pesquisas de sua rejeição se bem comparadas nas duas eleições que foi derrotado com a atual rejeição que mantém hoje. Então esquece; é bananeira que já deu cacho, aliás dois próprios (até que bons) e dois de uma filhota (Dilma), mas os dela só deram frutos ruins – e, diga-se, bem amargos para ele.
Jair Bolsonaro é o nosso Donald Trump do momento. Aparece em segundo lugar nas pesquisas, mas porque conquistou também a preferência daqueles que iriam votar no prefeito de São Paulo, João Doria – este me parece que irá tentar o governo de SP.
Bolsonaro poderá sim continuar candidato a presidente da República, mas para ganhar a eleição teria que imitar o gesto que Lula fez em sua “carta ao povo brasileiro” na eleição de 2002. Lula convenceu os eleitores mais à direita. Bolsonaro precisaria convencer os eleitores mais à esquerda. Contudo seus discursos e sua postura pessoal são de quase extrema direita e dessa maneira não agrada à grande maioria dos eleitores – e nem a mim.
Os outros candidatos que valem a pena citar só os que têm alguma possibilidade como é o caso de Marina Silva (REDE) que já apareceu bem em duas disputas e em cada uma mais de 20 milhões de brasileiros votaram nela. Além do mais, sempre teve forte ligação nas questões do Meio Ambiente – um assunto que hoje mexe com a consciência do mundo desenvolvido. Contudo, nunca mostrou capacidade para liderar uma bancada na defesa dessa matéria no Congresso Nacional. O tema dela ainda é muito empolgante, mas ela, Marina, não mais.
Álvaro Dias (PODEMOS) é um candidato à Presidência da República dos mais qualificados. Perdoe-me caro leitor, mas em minha opinião, competência é a virtude mais importante para um administrador público e ela advém da experiência e tudo isso Álvaro tem. Se o senador Álvaro Dias tivesse ocupado o cargo, por um mandato, na presidência do Senado, sem dúvida seria hoje um candidato bem mais forte.
Geraldo Alkmin (PSDB), atual governador do Estado de São Paulo, já é o candidato do seu partido. A implosão política do senador Aécio Neves, somada aos tropeços do atual prefeito dos paulistanos deixou os caminhos abertos para o candidato Geraldo Alkmin.
Aos demais candidatos declarados e também dos cogitados cito apenas Ciro Gomes que aguarda a vez de ser candidato caso Lula esteja impedido. Será bem votado no Nordeste, mas politicamente ele encarna a figura de um governante aos modos de Fernando Collor e isso não o levará para um segundo turno.
Assim, com os atuais candidatos meu voto no primeiro turno hoje estaria entre Álvaro Dias e Geraldo Alkmin, para decidir após ver suas propostas – mas reconheço que ainda vou continuar muito angustiado.
Waldir Guerra *
* Membro da Academia Douradense de Letras; foi vereador, Secretário do Estado e deputado federal ([email protected])