CAMPO GRANDE
Primeiro dia é o mais curto do ano e com a noite mais longa
O inverno começa nesta sexta-feira – às 11h54min – e termina no dia 23 de setembro, às 3h50 min (horário de Mato Grosso do Sul). Segundo o meteorologista Natálio Abrahão Filho, os eventos meteorológicos mais significativos do período são as estiagens, que podem ser intensas e com graves consequências, além das raras frentes frias.
Conforme explicou, essas frentes, em geral, avançam com fraca intensidade, umidade relativa do ar baixa, nebulosidade, nevoeiros e chuvas fracas. Não se descarta a presença de sistema frontal mais intenso, causando chuvas na região sul até centro do Estado.
“O que vem após a passagem das frentes frias são as massas de ar polares. Na parte posterior, essas massas provocam considerável queda de temperatura”, observou. Segundo ele, se os valores ficarem abaixo dos cinco graus com umidade alta, o orvalho se congela, formando geadas em locais mais baixos ou serranos.
Natálio Abrahão alertou que as localidades como Ponta Porã, Amambaí, Dourados, Paranhos, Eldorado, Mundo Novo, Maracaju, Rio Brilhante e Sete Quedas, além das cidades situadas no centro-sul, podem até registrar valores entre cinco e zero grau e até negativos de temperatura.
INVERSÕES TÉRMICAS
Ainda de acordo com o prognóstico, outro aspecto durante o inverno são as constantes inversões térmicas, causando nevoeiros, névoas e neblinas, e com umidade baixa, as névoas secas e as fumaças. Quando há inversão térmica, os dias sem chuva se intensificam; formam-se ventos, levantam poeira e areia, com tendência a irritações e doenças em crianças e idosos.
Estas inversões, muitas vezes, permanecem durante o período da manhã. Os nevoeiros são gotículas d’água que flutuam no ar e reduzem a visibilidade a menos de 1000 m. A névoa seca e a fumaça ocorrem com umidade abaixo de 80%.
Ainda de acordo com as explicações, o ar seco e o vento calmo favorecem a formação da bruma – substância sólida suspensa no ar, muitas vezes decorrente de queimadas e incêndios, ou também como a poeira e a fumaça – poluindo o ar. Índices de umidade abaixo de 30% são esperadas entre junho e setembro, bem como temperaturas máximas acima dos 30 graus até o fim da estação.
PAÍS
Dentro de uma avaliação para o País, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) destacou que, quanto ao clima, a estação é marcada pelo período menos chuvoso das regiões Sudeste, Centro-Oeste e parte das regiões Norte e Nordeste do Brasil, enquanto que as maiores quantidades de precipitação concentram-se sobre o noroeste da Região Norte, leste do Nordeste e parte da Região Sul.
Caracteriza-se também, pelas incursões de massas de ar frio, oriundas do sul do continente, que provocam o declínio acentuado das temperaturas média do ar, apresentando valores inferiores a 22ºC sobre a parte leste das regiões Sul e Sudeste. Esta diminuição de temperatura pode ocasionar: formação de geadas nas regiões Sul, Sudeste e no estado do Mato Grosso do Sul; queda de neve nas áreas serranas e planaltos da região sul; episódios de friagem nos estados de Rondônia, Acre e no sul do Amazonas.
Em função das inversões térmicas no período da manhã durante o inverno, observam-se formações de nevoeiros e/ou névoa úmida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com redução de visibilidade, impactando especialmente estradas e aeroportos.
Com a redução das chuvas em grande parte do País nesta época do ano, tem-se a diminuição da umidade relativa do ar, que consequentemente favorece o aumento da incidência de queimadas e incêndios florestais, assim como aumento de doenças respiratórias.