Inteligência artificial “vai transformar bancos”, diz pesquisa do Boston Consulting Group

Saiba como os bancos tradicionais terão de se reinventar e atualizar para empregar a tecnologia de inteligência artificial generativa, a mesma do ChatGPT

A inteligência artificial (IA) generativa, a mesma utilizada pelo grande fenômeno do ChatGPT, é crucial para a modernização e competição das instituições financeiras, de acordo com uma pesquisa do Boston Consulting Group.

Desde o “boom” do ChatGPT, muitas empresas foram obrigadas a se adequar e atualizar suas práticas com inteligência artificial generativa e, depois de mais de um ano de longas discussões sobre o assunto, o tema ainda segue relevante principalmente para os bancos.

A pesquisa “GenAI is about to transform banks front to back” do Boston Consulting Group revelou que a IA generativa pode trazer ganhos de produtividade de 50 a 80% para os bancos. Ela pode assumir interações com clientes, leitura de correspondências, tomada de decisões de crédito e investimento. Tudo isso ainda com uma supervisão humana para refinamento e lidar com exceções.

“Quando a gente vê banking, temos dois contextos diferentes: os grandes bancos tradicionais e os bancos digitais, que já nasceram em uma realidade diferente. E como a tecnologia se insere nesse contexto? Dado esse ambiente bastante competitivo, a gente vê os bancos tradicionais com uma oportunidade de se reinventarem e competirem de igual para igual com os bancos nativos digitais”, disse Alexandre Montoro, managing director e sócio do Boston Consulting Group.

“IA generativa se insere perfeitamente nesse contexto por conta de sua habilidade conversacional. Isso possibilita que os bancos tradicionais alavanquem essa tecnologia para substituir o atendimento humano. Hoje temos o conversational banking, que é como você alavanca IA generativa para oferecer serviços mais personalizados para os clientes”, acrescentou ele em entrevista exclusiva para a EXAME.

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De acordo com Montoro, os países mais avançados na IA generativa para bancos são Índia e China. Apesar disso, o Brasil não fica para trás e já possui bancos com algumas funções de IA generativa para executar tarefas.

IA generativa nos bancos brasileiros

“Se você compara o Brasil o nível de adoção de IA generativa em relação a outros países, estamos entre os 3 países com maior percentual de adoção. A população brasileira é relativamente jovem, gosta de inovação, redes sociais e a população em si tem uma facilidade maior de lidar com novas tecnologias”, disse Montoro.

“Eles buscam novas tecnologias para resolver problemas que a gente tem. Com IA generativa acho que não é diferente. Além disso, os bancos estão sendo ‘forçados’ a inovar, não só por seus concorrentes, mas também porque a própria regulamentação com Open Finance, Pix, Drex, faz com que os bancos tenham que se mexer. E nisso estão se tornando cada vez digitais, o que facilita a adoção de tecnologias como IA generativa”, acrescentou.

As funções da IA generativa para os bancos podem ser diversas. À EXAME, Montoro apontou que a tecnologia passa por três estágios: “em um primeiro momento era muito focado em produtividade, agora reinvenção de funções e mais para frente pode ajudar a criar novos modelos de negócio”.

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EXAME