O óleo vegetal bromado (BVO), utilizado em sabores cítricos de refrigerantes, já é proibido no Brasil, Índia, Japão e outros países
Em julho deste ano, a Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos, proibiu o uso de óleo vegetal bromado (BVO) no país. O ingrediente é comumente usado em refrigerantes cítricos – como os de laranja e limão – para manter seu sabor característico homogêneo na bebida.
A decisão é consequência de anos estudos toxicológicos que confirmaram os riscos da substância, que já é banida no Brasil, Índia, Japão e outros países, à nossa saúde.
Quais os riscos do BVO à saúde?
- O BVO é utilizado desde 1930 para garantir que compostos aromatizantes cítricos não flutuem para o topo dos refrigerantes. Mas, ao longo do tempo, estudos mostraram que ele faz mais do que isso.
- Experimentos com animais revelaram que a substância pode se acumular lentamente em nossos tecidos adiposos.
- Esse tecido armazena gordura e desempenha funções no corpo, como reserva energética e isolamento térmico.
- Outra pesquisa mostra que o bromo também pode impedir que o iodo seja absorvido pela tireoide. A falta ou o excesso desse nutriente podem causar complicações na glândula.
- Embora boa parte do mundo tenha banido o ingrediente, a FDA demorou a se convencer dos riscos e só agora o proibiu nos Estados Unidos.
FDA demorou para banir o BVO
Em 1950, o FDA considerava o BVO como geralmente reconhecido como seguro (GRAS), pois havia sido amplamente utilizado em alimentos e bebidas, e não havia indicações claras de danos à saúde.
No entanto, nos anos seguintes, começaram a surgir dúvidas sobre a segurança do BVO. Isso levou o FDA a revisar sua posição sobre o ingrediente e a limitar seu uso, permitindo apenas concentrações muito pequenas (máximo de 15 partes por milhão) em refrigerantes com sabor cítrico.
Na década de 1970, um estudo no Reino Unido mostrou que o bromo do BVO estava se acumulando nos corpos das pessoas, e pesquisas com animais indicaram que seu uso estava relacionado a problemas cardíacos e comportamentais.
Ainda assim, levou um tempo considerável e uma série de outras pesquisas até que a agência finalmente reconhecesse que havia evidências suficientes para considerar o BVO prejudicial à saúde.
Fabricantes já estavam se antecipando
Com a demora na decisão, as maiores fabricantes de refrigerantes se anteciparam. Nos últimos dez anos, empresas como Pepsi e Coca-Cola buscaram eliminar o ingrediente de seus produtos, utilizando agora um componente alternativo.
James Jones, vice-comissário da FDA para alimentos humanos, ao anunciar a proposta de proibição do BVO em 2023, reforçou:
Ao longo dos anos, muitos fabricantes de bebidas reformularam seus produtos para substituir o BVO por um ingrediente alternativo, e, hoje, poucas bebidas nos EUA contêm BVO.James Jones