Estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) prevê que Mato Grosso do Sul produza 8,2% de cereais do país. O Centro-Oeste é responsável por 48,7% da produção nacional, segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola.
Os dados divulgados nesta quinta-feira (13) mostram ainda que na safra atual, a produção de soja de Mato Grosso do Sul deve passar de 13 milhões de toneladas e a de milho segunda safra deve passar de 10,8 milhões de toneladas.
A produção de cana-de-açúcar é atualmente a maior do Estado e na safra atual está estimada em 44,7 milhões de toneladas, de acordo com levantamento do IBGE.
Levantamento completa 50 anos
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola foi implantado em novembro de 1972 com o propósito de atender às demandas de usuários por informações estatísticas conjunturais mensais.
Ele permite não só o acompanhamento de cada cultura investigada, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, no ano civil de referência, como também o prognóstico da safra do ano seguinte, para o qual é realizado o levantamento nos meses de outubro, novembro e dezembro.
Pedro Nessi Snizek Junior, supervisor de agropecuária de Mato Grosso, ingressou no IBGE em 2002 já lotado na área de pesquisa agropecuária, cuja supervisão assumiu em 2009. Ele conta que a cultura de soja na região foi iniciada no município de Dourado, hoje pertencente a Mato Grosso do Sul, a partir do desenvolvimento de novas variedades pela Embrapa. Isso porque os agricultores gaúchos, catarinenses e paranaenses que migraram para a região levaram variedades do Sul do país que nasciam, brotavam vagens, mas não produziam nada. A Embrapa começou a produzir novas variedades, e a soja ganhou força a partir de 1986.
“Hoje o Mato Grosso produz de 9% a 10% da soja do mundo. Se o estado fosse um país, seria o terceiro ou quarto maior produtor. Temos municípios muito representativos, como Sorriso, Campo Novo dos Parecis, Sapezal, Querência e Nova Ibiratã. O Mato Grosso responde por 30% da produção nacional de soja, e isso se deve ao desenvolvimento tecnológico da década de 1970, ao grande fluxo migratório nos anos 1980 e à mecanização dos anos 1990”, analisa Snizek Jr.
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