O magnata de artigos de luxo Bernard Arnault foi duramente atingido pela propagação do novo coronavírus, tendo perdido mais dinheiro do que qualquer outra pessoa no mundo.
Ele alistou seu conglomerado – que controla as marcas Christian Dior e Louis Vuitton – na batalha contra o vírus ao financiar a entrega de milhões de máscaras de proteção à França de fornecedores chineses. Também converteu uma fábrica de perfumes Dior, nos arredores de Orleans, em produtora de álcool em gel.
Ontem, o executivo conseguiu certo alívio financeiro em meio à valorização das bolsas globais, embaladas pelo otimismo sobre o enorme pacote de estímulo dos EUA. As ações da Christian Dior e da LVMH deram um salto, e a fortuna de Arnault aumentou em US$ 11,3 bilhões no dia, o maior ganho impulsionado por negociações já registrado pelo Índice de Bilionários Bloomberg.
Arnault, cujo aumento do patrimônio líquido no ano passado foi maior do que o ganho de qualquer pessoa do índice de 500 membros, ainda tem perdas de US$ 35,2 bilhões no acumulado de 2020 em meio à propagação da pandemia.
As oscilações na fortuna de Arnault destacam a forte volatilidade dos mercados globais, impulsionada pelo pânico do vírus e alternância entre esperança e pessimismo pela intervenção de governos. Após quatro dias de queda, o Dow Jones Industrial Average registrou o maior avanço desde 1933 na terça-feira.
Warren Buffett foi o segundo maior ganhador do índice, com aumento no patrimônio de US$ 6,5 bilhões, enquanto o espanhol Amancio Ortega, o titã por trás da marca Zara, ganhou US$ 5,9 bilhões. Ainda assim, no geral, as 500 pessoas mais ricas do mundo perderam mais de US$ 1 trilhão desde o início do ano.
Arnault, a pessoa mais rica da Europa, detém participações na LVMH, com sede em Paris, e na Christian Dior, a grife fundada três anos antes de seu nascimento, em 1949. Ele também possui ações da fabricante de artigos de luxo Hermès International e da rede de supermercados Carrefour.