“Esperamos que com o atual governo o dólar tenda a ficar mais equilibrado”
“A elevação de custos em geral com os herbicidas, que respondem por 60% do consumo de defensivos, foi de aproximadamente 20%. Esse aumento impacta bastante a rentabilidade do produtor”. A afirmação é de Márcio Luiz Bonesi é presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Paraná, diretor financeiro do Sindicato Rural de Goioerê e Coordenador de Núcleo da cooperativa Integrada.
O dirigente aponta que os defensivos agrícolas estão pesando nas contas dos produtores. “O que vinha ocorrendo até então é que o produtor vendia a soja com preço do dólar em um valor, através principalmente de contratos feitos durante a safra, e na época que ia comprar os insumos para a próxima safra o dólar tinham aumentado. Então a balança sempre tenderia para o lado dos custos do que para a rentabilidade do produtor. Esperamos que com o atual governo o dólar tenda a ficar mais equilibrado podendo favorecer o produtor”, disse Bonesi em entrevista ao Portal Global Crop Protection.
Entre os produtos que mais vêm apresentando aumentos desde o ano passado, em função do custo da sua matéria-prima, ele destaca o glifosato: “Os custos do glifosato são realmente altos. Atualmente, 97% das áreas com plantio de soja no Brasil são geneticamente modificadas, atribuindo resistência ao glifosato. Dessa forma, o produtor fica preso ao produto. A nossa dependência pelo glifosato é tamanha que, quando foi atribuída em 2018 uma proibição de vendas e uso, fizemos um estudo e avaliamos um impacto de no mínimo 30% nas lavouras de soja, visto que não há produto com tanta eficiência e baixo impacto ambiental”.
“Nos cultivos de soja transgênica, basicamente a principal saída para o produtor é utilizar o glifosato como prevenção de daninhas, dentro dos períodos de intervenção, uma vez que a soja fecha o solo, a necessidade do uso de herbicida é nenhuma. O que é utilizado dentro das práticas de tratos culturais são palhada, evitando-se ao máximo o revolvimento do solo e sua exposição à luz, aplicações conscientes e bem manejadas de herbicidas”, complementa.
Por fim, o dirigente da Aprosoja-PR revela que tem trabalhado junto ao Ministério da Agricultura para a liberação de novos produtos, podendo favorecer a concorrência. “Esperamos que nesse ano de 2019 tenhamos um avanço no projeto de lei 6299/02, que é designado como a Lei do Alimento Mais Seguro, no qual, se aprovado, facilitaria a homologação de moléculas mais eficientes e com menor impacto ao meio ambiente e nós humanos”, conclui.
Fonte: Agrolink