Gordura de Pablo Escobar tirou Wagner Moura de “Sete Homens e um Destino”
A refilmagem do clássico “Sete Homens e um Destino”, dirigido por John Sturges em 1960, vai abordar o terrorismo. Essa é a ideia do diretor Antoine Fuqua (“Dia de Treinamento”, “Nocaute”), que está à frente do trabalho.
O longa, que traria Wagner Moura entre os sete homens, tem como principais atores Denzel Washington –em seu primeiro faroeste na carreira– Chris Pratt, Vincent D’Onofrio, Ethan Hawke e Peter Sarsgaard.
Segundo Fuqua, a ausência de Moura na produção é “culpa de Pablo Escobar”. “Eu amo o Wagner. A gente queria trabalhar juntos. Mas, quando conversamos ao telefone, ele estava comprometido com o Escobar [personagem principal da série ‘Narcos’, do Netflix]. E ele estava com todo aquele peso para o personagem. Aí ele me ligou e disse que não ia conseguir conciliar as agendas, emagrecer e tal. Fiquei com o coração partido e ele também, porque ele queria fazer”, contou o cineasta.
Fuqua revelou ainda que o elenco de seu filme engloba a diversidade: entre os principais atores há um coreano (Byung-hun Lee), um latino (Manuel Garcia-Rulfo) e outro de origem indígena (Martin Sensmeier). A escola do elenco tão variado partiu de sua escolha de Denzel Washington como protagonista.
“Eu pensei, mas não pensei. Quando estávamos discutindo quem seria o protagonista, tínhamos uma lista dos possíveis atores para o papel. Aí eu disse lá no escritório da MGM: ‘Sabem quem seria incrível? Denzel Washington!’ Todo mundo ficou quieto por alguns segundos. Em seguida concordaram que seria legal, porque ele nunca tinha feito nenhum faroeste. Então voei para Nova York e falei com ele. E foi a partir disso que abri a porteira para diversidade”.
O diretor diz ainda que ao cogitar Denzel não pensou na questão da cor. “Pensei nele como um protagonista poderoso. A questão da cor veio depois. Porque para mim este é um filme sobre terrorismo. E para lutar contra o terrorismo é necessário o comprometimento de todos nós. Aquele grupo representa o mundo de hoje.”
A questão racial, diz o diretor, estará de forma bastante incidental, já que a história se passa logo após a Guerra Civil americana, que serviu para abolir a escravidão nos Estados Unidos.
Faroeste contra terrorismo
Para Fuqua, o gênero faroeste ressurge de tempos em tempos de acordo com a renovação da forma como é feito ou de acordo com o espírito do tempo em que é lançado. “O western só faz sucesso quando é relevante em relação ao presente. A razão pela qual quero fazer esse filme é por causa do terrorismo. Na história de ‘Sete Homens e um Destino’ há um bando aterrorizando uma cidade, queimando sua igreja, saqueando seus bens. É exatamente o que acontece com o terrorismo hoje”.
“Sete Homens e um Destino” conta a história de um grupo de mercenários que é contratado para livrar um cidade de um grupo de foras-da-lei que estão aterrorizando os moradores. Embora sua motivação seja o dinheiro, depois de um tempo eles passam a também lutar por idealismo.
A primeira versão do filme tinha como protagonistas Steve McQueen, Charles Bronson e James Coburn. O remake está previsto para estrear no Brasil em setembro de 2016.