Giroto, Amorim e outros dois presos da Lama Asfáltica ficam sem visitas

Eles estão presos no Centro de Triagem, na máxima da Capital
Os empresários João Amorim e Flávio Henrique Garcia, o ex-deputado federal Edson Giroto e ex-diretor da Agesul Wilson Roberto Mariano, presos na segunda fase da Operação Lama Asfáltica, denominada Fazendas de Lama, ainda não podem receber visitas na prisão. Eles estão no Centro de Triagem, no complexo do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande desde a última segunda-feira (16), onde o dia de visita é sempre aos domingos.
Kênia Fontoura, advogada de Edson Giroto de sua esposa, Rachel Giroto, que cumpre prisão domiciliar e do empresário Flávio, afirmou que Giroto e Flávio não irão receber visitas por que não foi feito a carteirinha necessária até o momento. “Tem toda uma burocracia e alguns critérios que precisam cumprir para se fazer a carteirinha e não houve tempo hábil para isso”, disse a defensora.
O advogado de Wilson Roberto Mariano, mais conhecido como Beto Mariano, Carlos Henrique Oliveira, também confirmou que seu cliente não receberá visitas por falta do documentos e pessoas para pedirem. “De fato, não foi feito a carteirinha e tem toda uma burocracia para isso. Outro detalhe é que este documento só é solicitado e liberado para parente de primeiro grau, sendo sua única filha Mariane Mariano, que está em prisão domiciliar e sua esposa, que está ajudando a filha nos cuidados dos filhos. Mariane, que mora em Campo Grande, tem um filho de 1 mês e outro de pouco mais de um ano. A mãe de Beto mora em outro estado”.
A reportagem tentou contato com o advogado de João Amorim, Benedito Figueiredo, mas as ligações não foram atendidas.
Habeas Corpus
Sobre o pedido de HC (Habeas Corpus), para a soltura dos envolvidos, a advogada de Giroto, sua esposa e Flávio, afirmou que já foi feito o pedido, mas não obteve resposta até o momento. Carlos Henrique, que faz a defesa de Beto Mariano e sua filha disse que ainda não solicitou, mas irá fazer na próxima semana. O TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) já analisa o pedido de HC de João Amorim, sua filha Ana Paulo Amorim Dolzan, que está em prisão domiciliar em Porto Alegre e de Elza Cristina, sua secretária e sócia.
O Diretor-Presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Ailton Stropa, disse que eles estão liberados para receber visitas, mas tem que ter a carteirinha. “Eles estão liberados para receber visita, mas é necessário ter a carteirinha. Se tiverem vão poder receber normalmente. Não tenho conhecimento se já foi feito as carteirinhas, mas são rápidas para serem feitas”.
Operação
Esta segunda fase da operação Lama Asfáltica bloqueou pouco mais de R$ 43 milhões em bens de 24 pessoas, apreendeu dois aviões, um do empreiteiro João Amorim e outro do empresário João Baird, e encontrou na casa dos acusados US$ 10 mil em espécie e um montante em real que ainda está sendo contabilizado pelos agentes da Polícia Federal.
A ação, que envolveu 201 policiais federais, 28 da Controladoria Geral da União e 44 da Receita Federal cumpriu 28 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão temporária, bem como 24 mandados de sequestro de bens dos investigados, dentre eles imóveis rurais e urbanos e contas bancárias.
De acordo com o superintende da PF, Ricardo Cubas, do montante de R$ 195 milhões em obras da gestão Puccinelli, na 1ª fase da operação foram identificados desvios de R$ 11 milhões e nesta 2ª fase, mais R$ 33 milhões que teria sido desviados, um total de R$ 44 milhões. Segundo a Polícia, pelo menos 23% de cada empreendimento era desviado pelo grupo, classificado de organização criminosa pela Polícia. (Colaborou Geisy Garnes) midiamax