Fronteira se prepara para utilizar novo corredor de transporte da soja
Empresários e representantes políticos se reuniram hoje em Ponta Porã para discutir novo corredor de grãos que inclui porto paraguaio
Helio de Freitas, de Dourados
Cláudio Cavol, do Setlog, fala em reunião entre prefeitos, empresários e representantes dos governos brasileiro e paraguaio sobre a hidrovia Paraguai-Paraná (Foto: Tião Prado)Cláudio Cavol, do Setlog, fala em reunião entre prefeitos, empresários e representantes dos governos brasileiro e paraguaio sobre a hidrovia Paraguai-Paraná (Foto: Tião Prado)
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A fronteira Brasil-Paraguai, no trecho entre Mato Grosso do Sul e o Departamento de Amambay, começou a se mobilizar para os impactos do novo corredor da soja produzida em terra sul-mato-grossense e que vai cortar o Paraguai por terra e depois por hidrovia até chegar à Argentina.
Empresários do setor de transporte e representantes políticos dos dois países se reuniram na tarde de hoje (19) na Prefeitura de Ponta Porã para apresentar a hidrovia Paraguai-Paraná, que começa a sair do papel amanhã com a reativação do porto de Concepción. A etapa faz parte da Rila (Rota de Integração Latino-Americana), que inclui a ligação do Brasil ao litoral do Chile, no Oceânico Pacífico.
O projeto da hidrovia Paraguai-Paraná tem duas frentes – uma pelo porto de Porto Murtinho e outra por estradas, entrando em território paraguaio por Pedro Juan Caballero e seguindo pela Ruta 5 até chegar a Concepción.
É exatamente o impacto desse trecho por estradas que foi o assunto da reunião desta segunda-feira, organizada pelo Setlog/MS (Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul) e que envolveu a Prefeitura de Ponta Porã e governo de Mato Grosso do Sul.
Entre os presentes estavam o presidente do Setlog, Cláudio Cavol, o secretário estadual de Infraestrutura Marcelo Miglioli, o governador do departamento de Amambay Pedro González, o coordenador de Assuntos Econômicos para a América do Sul do Ministério de Relações Exteriores João Carlos Parkinson de Castro e os prefeitos de Ponta Porã Hélio Peluffo (PSDB), de Dourados Délia Razuk (PR) e de Antônio João Márcia Marques (PMBD).
“Concepición é uma alternativa completamente viável para Mato Grosso do Sul. É meta do governo Reinaldo fazer MS crescer e se desenvolver. Amanhã a primeira etapa do investimento feito pelas empresas no porto de Concepición começa a sair do papel com a reinauguração do porto”, afirmou Miglioli.
Prefeito Hélio Peluffo disse que corredor abre nova oportunidade de negócios para a fronteira (Foto: Lécio Aguilera)Prefeito Hélio Peluffo disse que corredor abre nova oportunidade de negócios para a fronteira (Foto: Lécio Aguilera)
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Oportunidade – Pedro González disse que o porto vai ser muito importante para o desenvolvimento de três estados – Mato Grosso do Sul, Amambay e Concepción. “Estão nascendo muitas oportunidades para os empresários investirem nessa rota de grãos para o porto de Concepción. Paraguai e MS precisam de uma solução para a saída da produção de grãos e assim ter maior competividade”.
João Carlos de Castro disse que em comparação com o corredor partindo de Murtinho em direção aos portos do Chile, o projeto MS-Concepción é bem mais fácil de ser colocado em prática. “Aqui estamos falando de apenas um país, de um trecho de 200 km de distância”.
Segundo ele, o mais importante de imediato é resolver questões estruturais para o corredor começar a ser operado e medidas de consenso entre os dois países sobre o tráfego transfronteiriço, além de compatibilizar esse volume de carga com a estrutura do porto e das estradas.
Combustíveis – “Além do escoamento de grãos e outros produtos gerados aqui na região, há diversas possibilidades de utilização desse corredor, como entrada de combustíveis, fertilizantes e outras mercadorias. Essa nova rota vai exigir grande colaboração de todas as entidades envolvidas”, afirmou João Carlos de Castro.
Para o prefeito de Ponta Porã Hélio Peluffo, a ativação do novo corredor muda completamente o perfil modal e de negócios na fronteira. “Precisamos atrair os grandes empresários da logística de transporte. É um ganho para Dourados, Ponta Porã e Antônio João, uma nova área que está se abrindo para a produção e soja, assim como Bela Vista. Estamos num ponto estratégico e precisamos abraçar esse país que está do nosso lado”.
Um dos desafios do projeto é a instalação de um porto seco em Ponta Porã, para recebimento dos grãos e depois envio para o porto de Concepción. “Já temos um traçado para o anel viário incluindo acesso para a BR-463, onde devem se instalar esses novos empreendimentos”, afirmou Peluffo.
Segundo ele, o próximo passo agora é criar uma agenda focada nas questões regionais, envolvendo os empresários do setor de transporte, para definir as prioridades e fazer as ações necessárias para o corredor começar a ser utilizado.
Cgnews
(Colaborou Tião Prado, de Ponta Porã)