O feriadão deste fim de semana vai ser bem diferente para o turismo na fronteira do Brasil com o Paraguai. Em Ponta Porã, que faz divisa com a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, o movimento nos hotéis está muito abaixo do que o normal para a data. Isso porque o acesso ao país vizinho está proibido.
A expectativa é de que a situação comece a normalizar a partir do dia 15, próxima quinta-feira, quando os presidentes Jair Bolsonaro e Marito se encontram na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu e Cidad del Este, para reabrir a fronteira.
A maioria dos hotéis consultados pela reportagem informaram que a situação afasta os hóspedes. Conforme Isis Morales, do setor financeiro do Hotel Barcelona, o normal seria ter mais reservas para o período. “As pessoas estão com medo. Essa situação prejudica muito o setor hoteleiro, precisamos das pessoas”, lamenta.
Ainda conforme a funcionária, muitos hóspedes chegam a fazer a reserva, mas desistem em cima da hora. “Temos muitas reservas, mas o pessoal fica inseguro para vir, ter que passar pela fronteira com os militares. A insegurança é muito grande”, explica.
A empresa tinha duas unidades na cidade, mas uma delas está com as atividades suspensa devido à crise gerada pela pandemia. Muitos funcionários foram demitidos e alguns realocados para o outro hotel.
Ano atípico
No Hotel Prime, por exemplo, o normal seria de sexta a segunda com lotação máxima, mas os reflexos da pandemia na fronteira fazem a situação ser bem diferente este ano. De acordo com a gerente do estabelecimento, Jéssica Taís Rodrigues, o hóspede até faz a reserva, mas acaba cancelando em cima da hora. “O pessoal quer esperar até o dia 15”, relata.
Assim, a situação é semelhante no Ibis Styles, que tem taxa de reserva média de 20% da capacidade para o feriado, quando seria uma data para estar com lotação máxima.
Também está tudo parado no Hotel Frontier, segundo informou o funcionário Nilton de Souza. “Era para ser lotação máxima para a data, mas agora não está sendo. Os clientes perguntam se a fronteira está aberta e acabam não reservando”, disse.
Por fim, no Herval Park hotel, um funcionário informou que para o domingo a taxa de reservas atingiu 75% da lotação. Porém, para o dia 10 e 12 ainda há muitos quartos disponíveis.
Situação na fronteira
Ainda sem decreto autorizando a reabertura das fronteiras, a presença de militares paraguaios impede a entrada de brasileiros. A situação também suspendeu a cota de compras de 300 dólares. Então, mesmo os poucos que conseguem entrar no país vizinho correm o risco de ter as mercadorias retidas nas barreiras fiscais do lado brasileiro. MIDIAMAX