Ministro da Justiça se reuniu com colega paraguaio nesta segunda para discutir ações conjuntas contra o crime organizado
O ministro da Justiça Sérgio Moro defendeu as apreensões de drogas, as ações para destruir lavouras de maconha e o confisco de bens de narcotraficantes como medidas mais eficientes no combate ao tráfico de drogas na fronteira. “As apreensões fazem a diferença. Além de tirar a droga de circulação, enfraquecem as finanças desses grupos criminosos, que têm sido um flagelo, tanto no Brasil quanto no Paraguai”.
Após passar quase uma hora na área restrita do aeroporto de Dourados aguardando a escolta da Polícia Federal, Moro chegou a Ponta Porã e Pedro Juan Caballero por volta de 15h e foi direto para a reunião na sede regional da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), onde se reuniu com o ministro Arnaldo Giuzzio.
A reunião para tratar da segurança na fronteira foi esvaziada por causa do mau tempo. O presidente do Paraguai Mario Abdo Benítez e a ministra da Segurança da Argentina Patricia Bullrich cancelaram participação por falta de condições de pouso no aeroporto de Pedro Juan Caballero. As duas cidades passaram o dia cobertas por um nevoeiro. O sobrevoo a lavouras de maconha também foi cancelado.
“A melhor estratégia nos dois lados da fronteira é o confisco do patrimônio dessas organizações criminosas. Tanto no Brasil quanto no Paraguai tem crescido essa compreensão e nosso serviço de inteligência será mais direcionado para esse objetivo”, afirmou Sérgio Moro durante entrevista coletiva a jornalistas brasileiros e paraguaios.
O ministro também elogiou as operações feitas pela Senad, como a Nova Aliança – que está em curso desde domingo – para destruir lavouras de maconha perto do território sul-mato-grossense. “Essas ações de erradicar as lavouras ainda no pé têm impacto muito grande. Também temos observado crescimento nas apreensões de maconha e de cocaína, que tem um potencial ainda mais lesivo”.
Para enfraquecer as facções criminosas, segundo Sérgio Moro, a receita é prender os líderes e isolá-los nos presídios federais. Ele chamou de “estorvo” as lideranças de organizações criminosas presas no Paraguai e que estão sendo expulsas pelo país vizinho. “Temos que prendê-los e isolá-los, para impedir, que de alguma forma continuem, de dentro das prisões, comandando as atividades criminosas”.
O ministro disse que, apesar dos altos índices de criminalidade na fronteira, a proximidade entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero não pode ser vista como um problema, mas como algo positivo. “Temos aqui duas nações amigas, que têm mais convergências do que divergências. Mas temos de trabalhar para que essa facilidade para o tráfico de drogas seja combatida, com mais estrutura”.
Ele destacou as relações entre os dois países no tocante ao combate ao crime organizado que cruza a fronteira. “Essa relação nunca foi tão boa e tão produtiva do que nos tempos atuais, com dois governos fortemente empenhados em enfrentar os desafios do tráfico de drogas e do crime organizado”.
Moro anunciou que o governo federal tem intenção de desenvolver no segundo semestre um programa voltado para cidades com elevados índices de homicídio, que futuramente pode ser trazido para a fronteira. Mato Grosso do Sul tem duas cidades que aparecem entre as mais violentas do país – Coronel Sapucaia e Paranhos, as duas na fronteira com o Paraguai. Ele embarcou em Dourados por volta de 18h com destino a Brasília.
Sérgio Moro desembarcou em Dourados por volta de meio-dia e depois seguiu de carro para Ponta Porã (Foto: Direto das Ruas) CGNEWS