Ordem dos “donos do movimento” é evitar bailes e aglomerações
Favelas do Rio de Janeiro, onde o comando pertence ao tráfico de drogas, determinaram entre terça (30) e esta quinta-feira o cancelamento de bailes e festas que causem aglomerações. Tudo isso para evitar a propagação da covid-19.
Facções criminosas chefiadas por traficantes impuseram a ordem em várias comunidades do Rio e região metropolitana. Em São Gonçalo, na Favela do Barro Vermelho, a determinação foi expressa em recados divulgados por redes sociais.
“Não haverá nenhum tipo de evento na nossa comunidade para evitar a disseminação do vírus e proteger a todos”, diz o comunicado assinado por ‘Tropa do Pivete’, alcunha de Leilson Fernandes, apontado pela Polícia Civil como mandante naquela localidade.
Na Favela do Muquiço, em Guadalupe, zona norte do Rio, o tráfico mandou veicular por meio de alto-falantes mensagens que alertavam sobre a proibição de andar na comunidade sem máscara. Quem descumprisse a regra, sofreria represálias. “Ou vocês abraçam o papo ou o papo vai abraçar vocês”, terminava o aviso.
Já na Favela do Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, também na zona norte, cartazes espalhados pelas vielas informavam que, por duas semanas, estavam cancelados os bailes na área e que até mesmo churrascos e outros eventos mais privados teriam de ter a aprovação prévia dos traficantes locais.
A medida se espalhou por outras tantas favelas da cidade, como nas do Complexo da Maré, perto da sede da Fiocruz, e de municípios vizinhos, como Niterói, Nova Iguaçu, Nilópolis, Duque de Caxias, Cabo Frio, além de São Gonçalo.