Filme brasileiro de 1960 que retrata a opressão às quais eram submetidos os trabalhadores dos ervais do Mato Grosso do Sul(FILME AQUI)

Filme brasileiro de 1960 que retrata a opressão às quais eram submetidos os trabalhadores dos ervais do Mato Grosso do Sul. O filme se insere também no contexto histórico do Oeste do Paraná, dada à situação semelhante que existia na “Fazenda Allica”.
https://www.youtube.com/watch?v=haXElFEnjUg
Selva Trágica [assista aqui] é um filme-documentário que retrata a opressão e as condições subumanas às quais eram submetidos os trabalhadores na exploração dos ervais do Mato Grosso do Sul pela Companhia Matte Larangeira, nas décadas finais do século XIX e nos mesmos períodos iniciais do século seguinte.
O audiovisual logo remete ao trabalho análogo à escravidão que também ocorria nas “obrages¹” instaladas no Oeste do Paraná. Tão perto de nós, nas extensões de Allica com seu empreendimento Porto Artaza.
¹ Eram empreendimentos estrangeiros em extensas áreas concedidas pelo Governo do Paraná para a exploração. A maioria deles em mãos de argentinos.
“Obrage” é palavra de origem castelhana e indicada lugar de corte e beneficiamento de madeiras próximo às margens de um rio.
O filme, lançado em 1963, é baseado no livro homônimo escrito pelo paulista Hernâni Donato, publicado em 1939 e relançado em 2011.
Apesar de seu chocante tema, de forte apelo social, Selva Trágica foi um fracasso de público. Contudo, a ausência de interesse do brasileiro pela produção não o destituiu de ser um “clássico” do Cinema Novo Brasileiro e documento ímpar de uma época em que poucos acumularam um conglomerado de riquezas, a ponto da Matte Laranjeira ser considerada a maior ervateira da América Latina.
Seus dirigentes e proprietários eram donos das mais luxuosas mansões no Rio de Janeiro, no bairro de Santa Tereza, e em Buenos Aires e Assunção. Tudo amealhado com o suor e o extremo sofrimento de milhares de “mensus” (palavra de origem espanhola, semelhante a assalariado mensal).
Aliás, apesar da designação, na verdade os trabalhadores eram dessalariados, cativos e tinham morte precoce decorrente da submissão ao trabalho estafante em turno de 14 horas, sem descanso e com alimentação precária.
Quanto ao livro, no qual o filme se atrela, a nota do Diário de Cuiabá² agregada ao texto de Elanir França Carvalho³, da Universidade do Mato Grosso do Sul, dão uma visão crítica e apresentam elementos delineadores sobre a abordagem e conteúdo que Donato traz à lume e o que representa o filme do diretor Roberto Farias.
¹ Disponível em:.

² Disponível em:.

³ Disponível em: .