O traficante Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, denunciou momentos de perseguição e greve de fome no presídio federal de Campo Grande, onde está preso desde 2019. As declarações estão em um vídeo divulgado pelo Uol.
O relato aconteceu durante audiência de 50 minutos, gravada por videoconferência, no mês passado.
Apontado como líder da facção carioca Comando Vermelho (CV), ele afirmou que em 20 anos preso nunca recebeu esse tipo de tratamento por parte da penitenciária.
No relato, Beira-Mar disse ter ficado 19 dias sem se alimentar em protesto pelos quatro meses sem assistência jurídica em meio à pandemia do coronavírus.
Segundo ele, só depois da greve, conseguiu contato com seu advogado.
Ainda de acordo com o condenado, foi perseguido no sistema prisional federal por fazer denúncias. Em um dos casos, relatou que chegou a ser humilhado, por um suposto servidor público.
“Estava no setor de enfermaria, sendo atendido (…). Ele me humilhou. Ele exigiu que eu abaixasse a cabeça. Deitado em uma cama, sem conseguir andar. Ele me humilhou. Gritou comigo, fez vários tipos de procedimento”, comentou no vídeo.
Ele diz ter ficado seis meses isolado em uma cela, com pouca luz. Com isso, conforme o relato, disse não ter tido condições de estudar.
Beira-Mar descreve o episódio como “uma forma de tortura”.
Diante dos acontecimentos, Fernandinho reconheceu sofrer com problemas psicológicos e ainda solicitou por atendimento com psquiatra particular.
O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) negou os relatos e disse que atende as necessidades básicas dos custodiados com base na Lei de Execução Penal.
No entanto, a advogada de defesa, Paloma Gurgel, foi procurada pelo Uol e confirmou a versão apresentada pelo detento.
* Com informações do Uol
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