O FBI fez uma prisão em North Dighton, Massachusetts, em uma investigação ligada ao vazamento de documentos militares altamente confidenciais sobre a guerra na Ucrânia. Mais cedo, o FBI havia identificado um membro da Guarda Aérea Nacional de Massachusetts como suspeito do vazamento. Não está claro se a prisão foi a do mesmo suspeito.
Os investigadores acreditam que o guarda, especializado em inteligência, liderou o grupo de bate-papo na internet onde os documentos foram postados, segundo as duas fontes à agência de notícias Associated Press.
Eles identificaram o guarda como Jack Teixeira, de 21 anos, de Swansea, Massachusetts. O New York Times identificou o suspeito pela primeira vez nesta quinta-feira.
O governo Biden lutou durante dias para conter as consequências das informações vazadas, que divulgaram possíveis vulnerabilidades nas capacidades de defesa aérea da Ucrânia e expuseram avaliações privadas de aliados em uma série de questões de inteligência.
A Guarda Nacional não confirmou sua identidade, mas disse em comunicado que estava ciente da investigação sobre o possível “papel que um Guarda Nacional Aéreo de Massachusetts pode ter desempenhado no recente vazamento de documentos altamente confidenciais”.
O governo Biden tem trabalhado para avaliar as consequências diplomáticas e de segurança nacional dos documentos vazados desde que foram relatados pela primeira vez, na semana passada.
Um importante porta-voz do Pentágono disse a repórteres no início desta semana que as revelações representam um “risco muito sério para a segurança nacional”, e o Departamento de Justiça abriu uma investigação para identificar a pessoa responsável.
É possível que o vazamento tenha começado em um site chamado Discord, uma plataforma de mídia social popular entre pessoas que jogam jogos online. O site Discord hospeda chats de voz, vídeo e texto em tempo real para grupos e se descreve como um lugar “onde você pode pertencer a um clube escolar, um grupo de jogos ou uma comunidade artística mundial”.
Em um desses fóruns, originalmente criado para tratar de diversos assuntos, os membros debatiam a guerra na Ucrânia. De acordo com um membro do bate-papo, um postador não identificado compartilhou documentos que alegou serem classificados, primeiro digitando-os com se fossem suas próprias ideias e, a partir de alguns meses atrás, enviando imagens de papéis.
Discord disse que estava cooperando com as autoridades.
Existem apenas algumas maneiras pelas quais as informações classificadas que vazaram podem ter sido acessadas, o que pode fornecer pistas críticas sobre quem é o responsável. Normalmente em briefings classificados, como nos slides que foram colocados no Discord, as informações são compartilhadas eletronicamente.
Isso é feito por meio de terminais de computador seguros, onde os usuários obtêm acesso com base em suas credenciais, ou por meio de tablets que são distribuídos para briefings e coletados posteriormente. Se os slides precisarem ser impressos, eles só poderão ser enviados para impressoras seguras que sejam capazes de lidar com documentos classificados – e que mantêm um registro digital de todos que solicitaram uma impressão.
São essas pistas digitais, como o registro de impressões, que podem ajudar os investigadores a descobrir quem pegou os documentos. Na maioria das fotografias de documentos postadas online, as fotos são de cópias em papel que parecem ter sido dobradas em quatro – quase como se tivessem sido enfiadas no bolso de alguém.
Nos dias desde que os vazamentos vieram à tona, o Pentágono adiou as perguntas sobre a investigação ao Departamento de Justiça, afirmando que é uma questão criminal.
Mesmo que a pessoa que vazou os arquivos seja um membro ativo das forças armadas dos EUA, o Departamento de Justiça provavelmente ainda terá a liderança na acusação até que esteja pronto para entregar o assunto ao Departamento de Defesa, disse um oficial.
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