O nome de Jedeão de Oliveira veio a público, pela primeira vez, em agosto de 2016, pouco depois de sua exoneração da 3ª Vara Federal, acusado de desvios onde trabalhou por 21 anos, que somam mais de R$ 11 milhões. Ele era o diretor de secretaria do juizado comandado até então por Odilon de Oliveira, seu chefe imediato e primo de 5° grau. Por quase três meses o Jornal Midiamax manteve tratativas com a defesa de Jedeão, que, após definidos data, horário e local, e o compromisso do Jornal em não exibir seu rosto, decidiu, pela primeira vez, gravar depoimento sobre sua versão dos fatos sobre a denúncia de que o juiz Odilon de Oliveira negociava sentenças.
Desde que deixou o cargo em Campo Grande, ele tem morado em local incerto e não sabido, Jedeão afirmou à reportagem que ele e sua família têm sido alvo de ameaças, e por esta razão, com medo de morrer e pela segurança dos familiares, teme mostrar o rosto.
Ele contou que, preocupado com o que poderia lhe acontecer e temendo por sua integridade física, registrou todo conteúdo de suas acusações contra Odilon, hoje candidato do PDT ao governo de Mato Grosso do Sul, num documento público, em um cartório no interior de São Paulo.
Em uma entrevista reveladora, feita nos estúdios do Jornal Midiamax, Jedeão nega que tenha desviado R$ 11 milhões, e dá a sua versão dos fatos que, aponta, compravam que Odilon de Oliveira vendia sentenças favoráveis a traficantes que atuavam na fronteira do Brasil com o Paraguai.
Jedeão afirmou, ainda, que serviu como uma espécie de ‘para-raios’ no período em que trabalhou na 3ª Vara, e frisa que chegou a ‘tirar prova’ das denúncias que recebia de que seu primo, agora ex-chefe, vendia sentenças.
Debate político
As denúncias de Jedeão foram citadas pelo governador Reinaldo Azambuja, candidato à reeleição pelo PSDB, durante o debate do Jornal Midiamax, na segunda-feira (24); Juiz Odilon refutou a acusação. O tucano cobrou explicações ao adversário das acusações feitas por seu ‘primo’. “Você não é mais juiz, e como candidato deve explicações à sociedade, não adianta só dizer que é armação política”, disparou Reinaldo durante o debate.
Em nota, por meio de sua assessoria, Odilon de Oliveira negou as irregularidades, e se disse vítima de ‘leviana acusação do candidato do PSDB (Reinaldo)’, e destacou que têm sido alvo de ‘armação política montada para prejudicar’ sua candidatura ao governo estadual.
Odilon afirmou, por meio de sua assessoria, que ele próprio demitiu Jedeão quando teve conhecimento dos desvios na Vara Federal que chefiava. Também afirma que o ex-diretor responde ação penal por ter se apropriado de valores apreendidos e destaca que solicitou ao TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) correição extraordinária que teriam comprovado os desvios praticados pelo homem que agora se diz vítima de ameaças.
“Dois anos depois de sua demissão, após o juiz se firmar como pré-candidato ao governo, surge esse servidor, também a título de vingança, fazendo falsas acusações contra quem o puniu”, aponta trecho da nota.
MIDIAMAX