Ex-presidente da França é preso acusado de receber de ditador da Líbia
O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, foi detido na manhã desta terça-feira (20) para depor em uma investigação que apura se o líder francês receber financiamento ilegal do governo da Líbia durante sua campanha eleitoral de 2007.
É a primeira vez que Sarkozy é levado para prestar depoimento no caso. Ele será ouvido no Escritório Central de Luta contra a Corrupção e as Infrações Financeiras e Fiscais, em Nanterre, cidade próxima a Paris.
A acusação é de que Sarkozy tenha recebido 5 milhões de euros do governo de Muamar Kadafi, ex-ditador libanês morto pelo povo durante a Primavera Árabe – onda de protestos que destituiu uma série de regimes autoritários no Oriente Médio e Norte da África.
A denúncia partiu do franco-libnês Ziad Takieddine. Ele afirma ter entregue dinheiro no final de 2006 a Sarkozy, quando o ex-presidente era ainda ministro de Interior, e ao seu então chefe de Gabinete, Claude Guéant.
Um depósito de 500 mil euros feito em março de 2008 nas contas de Guéant é analisado pela Justiça fiscal. O funcionário de Sarkozy afirma ter recebido a quantia por conta da venda de dois quadros. Ele ainda é suspeito de falsificação de documentos e fraude fiscal.
As relações entre Sarkozy e o líder libanês Muamar Kadafi se estreitaram em 2005. Na época, a França aprovou a suspensão de sanções contra a Líbia, apesar das acusações de que o país financiava o terrorismo contra nações ocidentais.
A partir de 2011, após o início da Guerra na Líbia, a França interveio militarmente, sobre comando de Sarkozy, o que resultou na queda de Kadafi. No ano seguinte, o ex-presidente perdeu as eleições, e começaram as denúncias de financiamento ilegal à sua campanha.