Eventos em Jerusalém descritos na Bíblia são confirmados em investigação

A datação por radiocarbono descobriu que a construção de uma parte da muralha de Jerusalém se deu conforme descrito na Bíblia

Um grupo de arqueólogos fez uma descoberta sobre um antigo local de Jerusalém, que revela que alguns dos textos bíblicos podem estar corretos. As descobertas incluem revelações sobre a colonização da cidade, uma antiga muralha, um terremoto e sua invasão e destruição pelos babilônios.

Para quem tem pressa:

  • A pesquisa revelou que parte da muralha de Jerusalém foi construída antes do que se pensava, como descrito na Bíblia;
  • Também foi revelado que a expansão da cidade para oeste aconteceu cerca de 200 anos antes do que se pensava;
  • A investigação também revelou quando aconteceu um terremoto descrito na Bíblia, mas que ainda não havia sido datado

A investigação, que durou cerca de 10 anos e foi publicada na revista PNAS, foi conduzida em parceria pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), a Universidade de Tel Aviv e o Instituto Weizmann de Ciências, fornecendo uma cronologia sem precedentes sobre a cidade de Jerusalém.

Os estudos descobriram que parte da muralha foi construída durante o reinado de Uzias após um terremoto que acometeu a região, como é descrito na Bíblia. Anteriormente alguns especialistas acreditavam que ela havia sido construída por seu bisneto Ezequias, durante seu reinado entre os séculos 7 e 8.

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A investigação revelou que parte da muralha de Jerusalém foi construída antes do que se pensava (Crédito: Kobi Harati, Fundação Cidade de Davi)
A investigação revelou que parte da muralha de Jerusalém foi construída antes do que se pensava (Crédito: Kobi Harati, Fundação Cidade de Davi)

Datação de carbono e outras descobertas em Jerusalém

O período em que a muralha foi construída foi descoberto a partir da análise das concentrações de carbono radioativo em sementes carbonizadas. Isso foi feito, porque os cientistas não conseguiam datar com precisão momentos entre 770 e 420 a.C devido aos níveis flutuantes de carbono-14 na atmosfera da época.

Assim, para fazer a datação, os pesquisadores utilizaram anéis de árvores para conseguir mapear as flutuações ao longo desses anos. Depois disso, amostras orgânicas, como sementes de uva, caroços de tâmaras e esqueletos de morcegos foram recolhidos em meio a ruínas do bairro hierosolimita, Cidade de Davi, e transformadas em grafite para medir a quantidade de carbono presente. 

As amostras orgânicas incluíram até mesmo esqueletos de morcegos (Crédito: Yaniv Berman, Fundação Cidade de Davi)
As amostras orgânicas incluíram até mesmo esqueletos de morcegos (Crédito: Yaniv Berman, Fundação Cidade de Davi)

Essa investigação também permitiu aos pesquisadores descobrir que Jerusalém foi colonizada entre os séculos 10 e 12 a.C. e que a cidade se estendeu em direção ao Monte Sião por volta 9 a.C, antes pensava-se que esse crescimento havia acontecido por volta de 2700 anos atrás.

Além disso, a partir de uma camada de pedras desabadas e materiais de construções danificadas, também descobriu-se a ocorrência de um terremoto no século 8 a.C. Esse desastre também foi descrito na Bíblia, mas ainda não havia sido precisamente datado.

Mesmo depois disso, a região de Jerusalém continuou sendo colonizada pelo Reino de Judá até a destruição babilônica em 586 a.C.