De 27 a 29 de setembro de 2016, acontece em Curitiba/PR, o seminário “Erva-mate XXI: modernização no cultivo e diversificação do uso da erva-mate”. Promovido pela Embrapa Florestas, o evento vai reunir toda a cadeia produtiva do setor para discutir inovação e diversificação no uso desta planta nativa que hoje é cultivada por mais de 180 mil produtores rurais. Além de palestrantes brasileiros, o seminário conta com palestrantes da Argentina e Uruguai. Também serão realizadas sessões de apresentação de trabalhos científicos.
Bastante consumida na forma de chimarrão e chá, em especial nos estados do Sul do país, a cada dia aumenta o interesse do mercado internacional pelas propriedades da erva-mate, como teor de cafeína, teobromina e saponina. “Temos um amplo espaço para ocupar neste mercado, mas também podemos desenvolver novos produtos, como chás, energéticos e outras bebidas, cosméticos e produtos de limpeza tendo a erva-mate como matéria-prima”, informa Ives Goulart, analista da Embrapa Florestas e um dos coordenadores do evento. “Queremos trazer esta discussão à tona e mostrar as oportunidades do mercado de erva-mate e como as melhorias no sistema de produção podem auxiliar o produtor a se tornar mais competitivo”, completa.
Historicamente, a erva-mate tem sido fundamental para a economia de muitos municípios do Sul do Brasil e, atualmente, é o principal produto não madeireiro do agronegócio florestal na região. O setor ervateiro, que já teve um ciclo econômico no qual era chamado de “Ouro Verde”, passou por um longo período de estagnação, com consequente queda nos investimentos e no desenvolvimento de tecnologias. Atualmente, embora sem retomar as dimensões do passado áureo, o mercado ervateiro vem mostrando reação positiva e a descoberta do potencial da erva-mate pelo mercado internacional se mostra uma oportunidade de retomada de crescimento do setor.
O Brasil hoje produz cerca de 860 mil toneladas de erva-mate verde, sendo que Argentina (690 mil toneladas) e Paraguai (85 mil toneladas) também cultivam a planta. Aproximadamente, 80% da produção brasileira de erva-mate destinam-se ao mercado interno, sendo que 96% são consumidas como chimarrão e 4% na forma de chás e outros usos. “Por se tratar de uma planta de composição química ampla e propriedades benéficas ao organismo podemos vislumbrar muitas aplicações que podem vir a ampliar o mercado para a erva-mate e também a aumentar o valor agregado do produto”, enfatiza Ives.
Temas a serem abordados no Seminário:
– Manejo de erva-mate para altos rendimentos
– Sistema de produção da erva-mate na Argentina
– Sistema de produção da erva-mate no Brasil
– Perspectivas para o melhoramento genético de erva-mate
– Mecanização da cultura de erva-mate
– Composição química da erva-mate e saúde
– Mercado internacional da erva-mate
– Debates: 1) Desafios tecnológicos da produção de erva-mate; 2) A pesquisa sobre erva-mate no Mercosul
O evento é organizado pela Embrapa Florestas e tem apoio do Ibramate, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Instituto Nacional de la Yerba Mate (Argentina) e Emater/Ascar-RS.
Em breve, informações sobre inscrições e submissão de trabalhos.
Mais informações:
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Embrapa