O setor está sofrendo com perdas diárias que chegam a R$ 43 milhões
As principais entidades que representam as indústrias e as associações de produtoras do biodiesel enviaram à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) um documento pedindo a volta da mistura de 10% do combustível ao diesel. A solicitação é motivada pela recente liberação da mistura e do uso do diesel 100% mineral para o abastecimento em postos de gasolina durante a greve dos caminhoneiros.
O documento foi assinado pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio) e pela União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio). De acordo com as entidades o setor está sofrendo com perdas diárias que chegam a R$ 43 milhões, sustentando que “as condições para o restabelecimento das retiradas pelas distribuidoras já estão presentes, pois as vias de acesso estão liberadas desde o dia 31 de maio de 2018”.
Para Donizete Tokarski, diretor-superintendente da Ubrabio, é de fundamental importância que o governo compreenda os efeitos positivos da utilização dos biocombustíveis já que eles não apenas são menos agressivos ao meio ambiente como também promovem o desenvolvimento do País. De acordo com ele, além do aumento contínuo das produções de soja e de proteína animal garantirem uma amplificação das matérias-primas e uma subsequente evolução da produção de biodiesel, como esses produtos são regionais o País reduziria drasticamente sua dependência externa.
Segundo Erasmo Carlos Battistella, presidente da Aprobio, o consumo anual brasileiro de diesel, que é de 55 bilhões de litros, incluindo uma mistura de 10% de biodiesel, saltará para 72 bilhões de litros em apenas uma década. Ele explica que se essa porcentagem fosse aumentada para 20% os biocombustíveis corresponderiam por 14,4 bilhões desse volume, o que poderia resultar na limitação dos preços de derivados de petróleo.
Nesse cenário, as entidades pretendem negociar junto ao governo propostas de curto e médio prazos. Uma delas é a mistura de biodiesel de 15% no Centro-Oeste, que é principal região produtora de soja e tem capacidade para o aumento da produção de biocombustíveis.
Fonte: Agrolink