Editado por Camila Pati, de EXAME.com
* Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa do Damásio Educacional
As manchetes sobre a operação Lava Jato são verdadeiro laboratório gramatical. Estava assim em um periódico:
“Maioria do Congresso condena atitude de ministro”
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Sabe-se que, nos títulos de jornais e revistas, há um número limitado de letras. Por isso, muitos redatores acabam suprimindo alguns determinantes, como no caso do artigo definido.
Pela própria significação de “definido”, o artigo tem o poder de tornar um substantivo “único” e, de certa forma, “individualizado”.
No entanto, que ocorreu nesta semana, na Política brasileira? Foi divulgada uma gravação, na qual um importante ministro tenta, supostamente, barrar investigações da famosa Lava Jato. Opa! Não é um ministro qualquer, não é uma atitude qualquer.
Sendo assim, o artigo tem papel fundamental nessa manchete, determinando “maioria”, “atitude” e “ministro”. Vejamos:
“A maioria do Congresso condena a atitude do ministro”
Em outras palavras, com a ausência da determinação, o leitor poderia pensar em uma “atitude qualquer” e em um “ministro qualquer”.
Ademais, é importante registrar que – diante de nomes personativos – o artigo é sim – em praticamente todas as situações – facultativo, acessório. Em clássicos casos, como:
“Falamos com Alice.” ou “Falamos com a Alice.”
“Recorreram a Osvaldo.” ou “Recorreram ao Osvaldo.”
Ratifica a nossa Gramática: caso se queira a individualização, use o artigo definido. É uma palavra simples, mas com enorme poder textual.
Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!
Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa – Damásio Educacional
Autor Gramatical pela Editora Saraiva
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