A estiagem prolongada em 2021 fez com diretores da Reflore-MS – Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas de Mato Grosso do Sul – fizessem a primeira reunião preparativa já nesta terça-feira (15). Apesar de o período crítico de incêndios florestais ser nos meses julho, agosto e setembro, a ideia é iniciar a preparação o quanto antes.
O presidente da Reflore-MS, Junior Ramires, informou que o governo do Estado adquiriu uma aeronave para ajudar no monitoramento das regiões mais propícias a incêndios. De acordo com Ramires, o governador Reinaldo Azambuja disse que mais uma aeronave será adquirida antes do período crítico chegar, ou seja, mais um avião será comprado até o final do primeiro semestre deste ano.
Ano passado, o governo do Estado chegou a anunciar um investimento de R$ 53 milhões exclusivamente para o combate a incêndios florestais. Além disso, o Corpo de Bombeiros capacitou 151 homens do efetivo do Estado para o trabalho na guerra contra o fogo. Este ano, os investimentos são de R$ 56,6 milhões. A nova aeronave custou R$ 14 milhões. Também foram adquiridos dezenas de veículos (caminhonetes e lanchas), que serão distribuídos entre os municípios. Na Reflore-MS, Junior Ramires destacou que 18 empresas estão empenhadas em fazer um trabalho exaustivo de prevenção. Ele disse, ainda, que as empresas estão treinando brigadistas para o combate ao fogo.
Segundo Junior Ramires, o trabalhador que lida com a terra sempre se preocupou com as questões climáticas – sejam elas relacionadas a secas ou a chuvas excessivas. No entanto, com as mudanças climáticas sendo constatadas numa velocidade jamais vista, Ramires deixou claro que os cuidados devem ser permanentes e devem durar o ano inteiro, principalmente nos períodos mais secos e de temperaturas elevadas.
A preocupação – tanto dos empresários da silvicultura (plantio de florestas), quanto do governo do Estado – se dá por razões da magnitude que o setor de florestas plantadas alcançou em Mato Grosso do Sul. Hoje, são quase 1,2 milhão de hectares plantados com florestas de eucalipto para a produção de celulose, papel, compensados, madeira para móveis, pallets, cavaco para indústria siderúrgica transformar ferro-gusa em aço, além de outros produtos.
Ano passado, o setor exportou o equivalente a US$ 1,5 bilhão para todo o mundo, com destaque para China, União Europeia e Estados Unidos. Atualmente, o setor emprega 120 mil trabalhadores – entre oportunidades diretas e indiretas. Investimentos privados bilionários vêm sendo feitos no Estado, como a implantação de uma nova fábrica em Ribas do Rio Pardo, pela Suzano, além da manutenção industrial em Três Lagoas e Água Clara.
Para Junior Ramires, a participação cada vez forte do setor de florestas plantadas na economia de Mato Grosso do Sul motiva toda a preparação mais intensa, Além de uma preocupação constante do governo do Estado. Ramires destacou, ainda, que as empresas investiram em equipamentos de última geração para o combate a incêndios. “Em 2020, tivemos uma área de 20 mil hectares atingida por incêndios. Queremos evitar isso”, observou Ramires. MIDIAMAX