Médico infectologista Marcos Junqueira Lago define mensagens como um ‘desserviço’. Ele afirma que não existe evidência de que este tipo de bebida ajude a elevar o nível de plaquetas no sangue.
Por Cristina Boeckel, g1
Circulam nas redes sociais vídeos em que pessoas afirmam que o uso do chá de folha de mamão deve ser usado no tratamento de casos de dengue para elevar o nível de plaquetas a ponto de prevenir forma mais grave da doença. É #FAKE.
selo fake — Foto: g1
Em um dos vídeos, uma mulher diz: “Isso salva vidas, isso faz toda a diferença. Se você está com as plaquetas baixas ou se tem alguém na sua família com as plaquetas baixas, faz chá de folha de mamão”.
O Fato ou Fake mostrou o vídeo para o médico infectologista Marcos Junqueira Lago, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que desmentiu o conteúdo e o definiu como um “desserviço”.
“É falso, é fake dizer que essa substância vai proteger pessoas com dengue de terem quadros graves de plaqueta baixa”, afirmou o médico ao Fato ou Fake.
Junqueira Lago destacou a distorção de alguns estudos que realmente investigam o uso do extrato da folha de mamão, de forma concentrada, e não o chá, na possível elevação do nível de plaquetas —mas que isso não é suficiente para evitar a forma mais grave da doença.
“Não existe evidência de que esse extrato ou o chá possa proteger de ter dengue hemorrágica e plaqueta baixas”, disse o infectologista.
O ideal é, ao primeiro sinal da doença, procurar um médico para a avaliação do quadro.
Recomendações do Ministério da Saúde
A página do Ministério da Saúde dedicada a informações sobre a dengue destaca a importância do controle do vetor da doença, o mosquito Aedes Aegypti, e afirma que não existe tratamento específico para a doença.
“O tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos adequada”, afirma o texto.
O Ministério da Saúde recomenda, além do repouso e da reposição de líquidos, que os pacientes não se automediquem e que procurem imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme.