DP de Coronel Sapucaia é alvejada por tiros e Sindicato alerta para situação instável na fronteira.
A situação na fronteira é instável e perigosa até mesmo para os policiais civis, alerta o Sindicato dos Policiais Civis, entidade que representa a classe. Isso porque a Delegacia de Coronel Sapucaia foi alvejada por cerca de 40 tiros disparados na madrugada desta sexta-feira (29). Igual a diversas delegacias do estado, a unidade de Coronel Sapucaia tem um efetivo abaixo do ideal, no momento do crime havia apenas dois policiais civis de plantão que tiveram que requisitar reforço da Polícia Militar. “Este é o quarto caso em menos de dois anos, situação já denunciada às autoridades competentes, mas que não houve nenhuma providência até o momento. Nossos companheiros estão temerosos sobre a situação, pois estão com armamento de calibre inferior e coletes balísticos vencidos, o que impossibilita uma ação policial adequada”, enfatizou o presidente do Sinpol-MS, Giancarlo Miranda.
A localização da delegacia chama atenção por estar na faixa de fronteira com o Paraguai, onde recentemente estão ocorrendo muitos confrontos entre grupos de criminosos, e em uma área com residências e comércio. O Sinpol-MS já está preparando documentos requerendo ações efetivas da Delegacia-Geral e da Sejusp sobre o fato. “Não podemos permitir que a delegacia seja alvo de bandidos. É preciso agir para impedir o avanço da criminalidade sobre uma cidade e seus cidadãos”, afirmou Giancarlo.
Custódia de presos
A DP de Coronel Sapucaia está custodiando três presos no momento, sendo um adolescente, um homem adulto e uma mulher diagnosticada com tuberculose, que estão em uma cela dividida apenas por uma grade. O local conta com duas celas, porém uma está interditada. A custódia de presos é um problema que perdura há décadas na Polícia Civil e que acarreta diversos problemas, inclusive o risco de contágio de doenças, pois ali não há profissional capacitado para o tratamento médico e o manuseio de pessoas nesta situação. “Nossos policiais civis além de carcereiros, têm que dar os medicamentos aos presos. O trabalho é feito de forma empírica e sem nenhuma proteção como máscaras ou luvas”, declarou o sindicalista. A detenta está há cerca de dois meses no local, embora já esteja condenada a 20 anos de prisão.