DOURADOS.Luz no fim do túnel? Após paradeira que assustou, lojas reabrem em shopping

Luz no fim do túnel? Após paradeira que assustou, lojas reabrem em shopping

Várias lojas já fecharam em 4 anos de funcionamento

Izabela Sanchez | Foto: Divulgação/Bosque dos Ipês

O shopping Bosque dos Ipês quando abriu parecia uma espécie de ‘ilha’ de luxo em uma região pouco habitada e não direcionada a esse tipo de empreendimento. O shopping faz 4 anos no dia 15 de agosto e a administração avalia que 2017 é o melhor ano desde que abriu o local portas. Com 11 novas lojas buscando espaço e taxa de ocupação de 85%, a administração do Shopping aposta que 2017 será o ano em que a ‘marca’ ficará consolidada.

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É o que explica a superintendente do shopping, Adriana Flores. Ela afirma que o Bosque dos Ipês ‘nasceu’ com desafio de povoar a região norte da cidade.

“De junho para cá teremos 11 novas lojas. O que a gente tem visto hoje… hoje o shopping nasceu em 2013, um ano de crise. Então nós nascemos diante da crise com um desafio super importante, que é ajudar o município a desenvolver a zona norte da cidade. Muita gente as vezes nos pergunta: por que vocês colocaram o shopping nessa posição, com tantos terrenos pra se construir na cidade em áreas mais adensadas?”.

“Uma das questões, um dos compromissos do shopping é justamente o desenvolvimento da cidade, a partir da zona norte que é a área que mais vai crescer e a gente veio pra cá de forma pioneira. Então, claramente existe o ônus e o bônus de você ser pioneiro em uma região. E você inaugurar o shopping que quer ser pioneiro em uma região em ano de crise, a gente não maturou tão rápido quanto gostaríamos”, comenta.
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A crise fica para trás

Adriana relembra o ano de 2016, que, segundo ela, foi o pior para o shopping. Desde que abriu o empreendimento viu muitas lojas deixarem o local, mesmo com pouco tempo de abertura. Um supermercado encerrou as atividades no Bosque em 2015, em razão da crise econômica que fechou cerca de outras 59 lojas da rede em todo o Brasil.

A mesma situação ocorreu com uma loja de departamentos, uma das maiores redes varejistas de moda feminina e moda íntima feminina com foco na Classe C no Brasil. Até 2016 o shopping tinha visto oencerramento de quase 60 lojas.

Para Adriana, esse período de crise ficou para trás e hoje o shopping já consolida sua marca. 2017, segundo ela, tem se já registra um fluxo mensal de 450 mil pessoas. Em abril, esse fluxo aumentou 19,5% em comparação com 2016, assim como as vendas que aumentaram, segundo ela, 25%. Além disso, a superintendente afirma que 40 franquias estão interessadas no Bosque.

Adriana avalia que por ser novo, o shopping ainda não integra por completo o ‘mapa’ da rotina de consumo do campo-grandense. Dessa forma, em períodos de crise, as pessoas tendem a reduzir o consumo fora da rotina.

“São as duas coisas [localização e crise], mas se a gente for pensar um pouco, deixando de lado a questão da localização, pensando um shopping qualquer, existe um processo de maturação. Quando você inaugura um shopping, no comecinho ele é novidade e depois as pessoas voltam a sua rotina habitual de compra. Para você entrar na rotina de compra das pessoas, precisa trazer novidade, precisa ter um marketing agressivo, precisa contar com adensamento local e se possível, sem crise. No momento de crise o consumidor fica muito mais retraído em seu consumo e ele dificilmente adere a novos hábitos. É uma maneira de se proteger dos gastos de impulso”, explica.

“Quando você tem um shopping que está recém começando, ele não é forte nas suas vendas. Os pioneiros, que vem no começo, sabem que é um processo de maturação”, analisa a superintendente.

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É a mesma avaliação de quem mal começou no Shopping. É o caso de Adriana Arguello, proprietária da marca de artigos infantis ‘Zero a Dez’, que chega ao Bosque em agosto.

“Receio a gente sempre tem. Acho que é um momento em que o país está em uma época sensível de se investir em qualquer coisa. Acho que a gente tem que acreditar, acho que o shopping é muito importante pra cidade, tem muito nome. Acho que é um nome forte, acho que é um shopping bonito, o mais bonito da cidade e precisa só de um empurrão, precisa de pessoas que acreditem, porque tem tudo pra dar certo, então acho que a gente precisa confiar”, contou ela.

Quem também apostou no shopping e se prepara para elevar o número de empreendimentos no local para 5 é o empresário Leandro Oliveira Ferrandini. Com apenas 27 anos ele começou ‘arriscando’ comércios com 18 e avalia que o Shopping, mesmo ‘em processo de maturação’, já mostrou a que veio. Leandro tem 2 Cafés-bares no shopping, e afirma que as metas ‘triplicaram’. Ele admitiu receio no início das atividades, mas hoje, avalia, a surpresa foi mais do que positiva.

“Ficamos bastante receosos. Inclusive eu moro em Curitiba e quando eu voltei para Campo Grande para fazer investimento aqui no shopping eu fiquei bastante com medo, não vou mentir pra você, por conta das lojas que estavam fechando. Mas agora está sensacional. Estou dentro do shopping nesse momento, hoje é segunda-feira, o meu faturamento, das duas operações, já triplicou. A gente coloca uma meta por horário, por turno, e já superou, as duas”, relata.

Leandro está no no shopping desde novembro de 2016. Assim como a superintendente, para ele, abril foi um mês que superou todas as expectativas. Leandro acredita que a região norte será a região mais importante da cidade. O empresário vive em Curitiba e avalia que o mesmo ‘tiro no escuro’ foi dado por um shopping em uma região da Capital paranaense, onde poucos acreditavam no sucesso.

“Essa região norte de Campo Grande é a melhor região que vai ter. Campo Grande cresce para esse lado aqui. Em Curitiba tem um lugar chamado Parque Shopping Barigui e quando ele chegou naquele lugar, ele não era nada, era brejo, ninguém apostava naquela região, porque tinha pântano, tinha muita capivara e o shopping entrou lá com tudo e foram 10 anos de maturação e hoje é a região mais cara de Curitiba. Então olho para aquela região e vejo exatamente isso aqui”, comenta.

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