O dólar anulou a queda e passou a operar perto da estabilidade sobre o real nesta terça-feira, refletindo o avanço da moeda norte-americana no exterior e o quadro de preocupações locais, mas o volume de negócios era pequeno em um dia de agenda carente de notícias políticas ou econômicas que poderiam orientar o mercado.
Às 12:17, o dólar avançava 0,03 por cento, a 3,8778 reais na venda. A divisa dos Estados Unidos passou a maior parte da sessão passada na casa de 3,90 reais, mas reduziu os ganhos na reta final do pregão e terminou praticamente estável.
O dólar chegou a cair a 3,8472 na mínima do dia, mas passou a operar perto da estabilidade no fim da manhã. No exterior, a moeda dos EUA passou a subir com mais força em relação a moedas emergentes como os pesos chileno e mexicano.
“A agenda está fraca e estamos vendo algumas entradas (de recursos). Sem grandes notícias, o mercado opera pontualmente, especula bastante e o volume pequeno tende a aumentar a volatilidade”, disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
Incertezas que vão desde a permanência de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda até a possibilidade de eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff vêm deixando investidores nervosos nas últimas semanas, mas o ritmo mais lento do noticiário no início desta semana levou o mercado de câmbio a reduzir a marcha.
Nesta manhã, a oposição informou que adiou para quarta-feira o protocolo na Câmara dos Deputados do novo pedido de impeachment contra Dilma.
No campo externo, dados mistos sobre a economia dos Estados Unidos vêm trazendo dúvidas sobre se os juros norte-americanos subirão neste ano. Se de fato o Federal Reserve, banco central dos EUA, não agir neste ano, ativos de países emergentes, que pagam juros elevados, continuariam atraentes.
“Na verdade, o mercado está cauteloso, esperando novidades.
O que deixa todo mundo nervoso é que essa pode ser uma calma que antecede a tempestade”, disse o operador de um banco internacional, sob condição de anonimato.
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
Até agora, a autoridade monetária já rolou 6,655 bilhões de dólares, ou cerca de 65 por cento do lote total, que corresponde a 10,278 bilhões de dólares.
EXAME
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