Moeda norte-americana encerrou o dia anterior vendida a R$ 5,3806, em alta de 1,53%.
Por g1
17/11/2022 09h07
O dólar abriu mais um dia em forte alta, refletindo a cautela dos investidores com a PEC da Transição, anunciada pela equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, e à espera de quem será o ministro da Fazenda no próximo governo.
Logo pela manhã, a moeda norte-americana encostou no patamar dos R$ 5,50. Às 09h43 desta quinta-feira (17), a moeda registrava forte variação positiva de 1,89%, negociada a R$ 5,4823. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar fechou em alta de 1,53%, cotado a R$ 5,3806, mas chegou a encostar nos R$ 5,40 na máxima do dia. Com o resultado, a moeda acumula alta de 4,17% frente ao real no mês. No ano, apresenta queda de 3,48%.
O que está mexendo com os mercados?
No cenário doméstico, o principal ponto de atenção dos investidores é com o rumo fiscal do Brasil no próximo governo. Nesta quarta-feira (16), a equipe de transição coordenada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, apresentou a PEC da Transição ao Congresso.
Essa PEC tem como objetivo liberar cerca de R$ 175 bilhões no Orçamento de 2023 além do teto de gastos, para custear as principais promessas de campanha de Lula. A continuidade do Auxílio Brasil (que seria rebatizado de Bolsa Família) de R$ 600, um auxílio extra de R$ 150 para crianças pequenas e o reajuste do salário mínimo são algumas dessas promessas.
Para economistas, o furo do teto de gastos leva à desvalorização do real, afugenta investidores, leva o país ao endividamento e traz inflação maior, o que força o Banco Central a manter as taxas de juros elevadas e desvaloriza os ativos brasileiros.
Mauro Morelli, estrategista da Davos Investimentos, comenta que a regra do teto de gastos foi criada para que a relação entre a dívida brasileira e o PIB do país não tivesse um “percurso explosivo”.
“Sempre que existir algo que fura o teto, que está fora da regra, cresce a probabilidade de termos uma relação entre dívida e PIB explosiva, o que preocupa quem está olhando para o Brasil do ponto de vista dos investimentos”, explica Morelli.
O estrategista destaca, porém, que o fato de o país contar com uma regra de teto de gastos, mesmo que ela possa ser vista como “ruim”, é melhor do que se não tivesse nenhum tipo de controle. Além da PEC, investidores também seguem atentos a quem será o novo ministro da Fazenda.