O dólar recuou nesta quinta-feira (11), após aprovação do texto principal da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados, tendo como pano de fundo as elevadas expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve (BC dos EUA).
A moeda norte-americana recuou 0,16%, vendida a R$ 3,7503. Na mínima do dia, a cotação chegou a R$ 3,7341 e, na máxima, a R$ 3,7662. É o menor patamar de fechamento desde 27 de fevereiro (R$ 3,7295). No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 0,99%, a R$ 3,7563.
Reforma da Previdência
Na noite de quarta-feira (10), a Câmara dos Deputados aprovou com placar folgado – 379 votos a 131 – o texto principal da reforma da Previdência em primeiro turno, garantindo uma conquista ao governo.
A proposta ainda pode ser alterada por emendas a serem votadas separadamente nesta quinta-feira e o teor fiscal da matéria pode ser diminuído, o que concentra atenção de participantes do mercado, destacou a Reuters.
“Precisa deixar (a Câmara) terminar de votar os destaques para ver qual vai ser o final da história, para ver qual vai ser a economia fiscal”, afirmou à Reuters o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.
A vantagem no placar foi bem vista por agentes financeiros, mas a tentativa de votar um destaque ainda na quarta-feira, sem sucesso, levantou preocupação. Maia preferiu interromper a votação quando percebeu que os deputados estavam confusos com as propostas de mudanças.
“A desidratação da reforma através dos destaques ainda é possível, resultado de insatisfações com o Planalto, que ainda não teria atendido às promessas que fez aos deputados”, avaliaram analistas da XP Investimentos.
Concluída a aprovação no primeiro turno, a PEC volta à comissão especial, que deve dar o aval ao texto produzido pelo plenário. Só depois disso, a PEC volta ao plenário para o segundo turno de votação, respeitado o intervalo de 5 sessões do primeiro turno.
Mas esse prazo deve ser quebrado por meio de um requerimento, já que parlamentares favoráveis à proposta alimentavam a expectativa de liquidar sua tramitação por completo na Câmara ainda nesta semana. A reforma da Previdência é considerada uma das principais apostas da equipe econômica para sanear as contas públicas.
Juros nos EUA
Do lado externo, participantes do mercado repercutiram fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em depoimento semestral ao Senado.
Powell indicou novamente que um corte de juros pelo banco central dos Estados Unidos é provável em sua próxima reunião neste mês, conforme as empresas desaceleram o investimento devido às disputas comerciais e ao enfraquecimento global do crescimento.
Fonte: Fiems