O dólar recuou nesta quinta-feira (21), na reabertura do mercado de câmbio após o feriado do dia anterior em São Paulo, em dia marcado por mais incertezas no exterior relacionadas à guerra comercial entre China e EUA, e com os investidores de olho na pauta política doméstica.
A moeda norte-americana recuou 0,13%, a R$ 4,1934. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,2237. Na mínima, marcou R$ 4,1845. Na parcial do mês, o dólar acumula alta de 4,58%. No ano, tem valorização de 8,24% frente ao real.
Cenário externo e doméstico
Segundo Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do banco Ourinvest, não houve um acontecimento específico que orientou o movimento do dólar na sessão e a volatilidade da moeda reflete as incertezas comerciais e as tensões políticas recentes.
“A moeda está num patamar estressado”, disse à Reuters. “As altas sugerem incerteza política tanto aqui como na América Latina, e também na eterna novela das negociações comerciais entre Estados Unidos e China.”
Análise
O analista de investimentos da Mirae Asset, Pedro Galdi, destacou a questão entre Estados Unidos e China entre os fatores de incerteza no mercado.
“O investidor perde a empolgação com tantas dúvidas, mesmo que os fundamentos para Brasil ainda sejam bons. Cada hora falam uma coisa e essa situação entre China e Estados Unidos ainda deve durar bastante”, disse ao Valor Online.
China
O Ministério do Comércio chinês disse nesta quinta que o país se esforçará para chegar a um acordo comercial inicial com os Estados Unidos, na tentativa de acalmar os temores de que as negociações possam estar desandando.
O Wall Street Journal noticiou que a China convidou os principais negociadores comerciais dos Estados Unidos para uma nova rodada de negociações presenciais em Pequim. No entanto, uma notícia de que a “fase um” de um acordo pode ser adiada limitava o otimismo.
Mercado
O mercado também acompanhou a retomada do julgamento sobre compartilhamento de dados sigilosos para investigações no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na quarta, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, votou para impedir que o antigo Coaf faça relatórios por encomenda do Ministério Público ou de polícias Federal e Civil dos Estados, o que pode beneficiar o senador Flávio Bolsonaro.
Fonte: Fiems