Dólar fecha em alta com mercado de olho em Davos
O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (20), com feriado nos EUA e com os investidores atentos ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça, e de olho em reuniões de grandes bancos centrais nesta semana. A moeda norte-americana subiu 0,56%, a R$ 4,1886.
No ano, o dólar acumula alta de 4,46%. Por conta do feriado de Martin Luther King nos Estados Unidos, o mercado se guiou por Davos, Ásia e de olho em reuniões de grandes bancos centrais que ocorrem nesta semana.
De acordo com Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora, esta é uma “semana bem carregada de indicadores, com decisões de política monetária no Japão e na zona do euro”, destaca a Reuters. Na terça, o banco central do Japão informa sua decisão sobre juros, enquanto o Banco Central Europeu faz sua reunião na quinta-feira.
“Além disso, o presidente Donald Trump deve fazer pronunciamento em Davos, e o mercado nunca sabe o que ele pode falar”, completou Gomes da Silva.
Ainda no exterior, na China, o clima é de que a economia pode estar se estabilizando. Segundo o ministro da Indústria e Tecnologia da Informação, Miao Wei, a China está confiante de que vai manter estável o crescimento industrial este ano, apesar de grandes pressões que o setor enfrenta.
Os índices acionários da China fecharam em alta nesta segunda-feira (20) após sinais de que a economia pode estar se estabilizando, além do aumento das expectativas de mais medidas de estímulo para ajudar o crescimento.
O índice CSI300 , que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 0,75%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 0,66%.
No Brasil
No cenário doméstico, investidores acompanharam a divulgação das projeções de mercado do Boletim Focus do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda. O relatório mostra que analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para 2020 de 3,58% para 3,56%. Foi a terceira queda consecutiva do indicador.
A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,5?,5%.
A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) do país de 2020 subiu de 2,30% para 2,31%. Já para 2021, o mercado manteve a estimativa de crescimento de 2,50%.
André Perfeito, economista-chefe e sócio da Necton, diz que o mercado manteve estimativas positivas para a economia neste ano, mesmo com os indicadores fracos de novembro da indústria, serviços e varejo. Por conta disso, ele avalia que as projeções do Focus estão “fora do lugar”.
“Se for verdade que o PIB continuará a subir e que o deficit na Conta Corrente deve piorar (com piora na Balança Comercial) se for verdade que os juros permanecerão em 4,5% não nos parece razoável supor um Dólar relativamente estável ou fraco contra o Real. Alguma dessas variáveis está fora do lugar por assim dizer”, diz Perfeito.
Ainda segundo ele, se é verdade que a atividade deve avançar, “e tudo indica que teremos, sim, alguma melhora”, é de supor que a taxa Selic não deve ficar em patamar “estimulativo” por muito tempo e se ficar, dado que o “setor externo não deve ir tão bem”, é provável que o dólar suba na esteira de um fluxo menor de moeda norte-americana em direção ao Brasil.
Fonte: Fiems