O dólar comercial fechou esta sexta-feira (9) em queda de 0,9%, a R$ 3,759 na venda. É a segunda baixa seguida e o menor valor de fechamento desde 1º de setembro, quando o dólar valia R$ 3,688.
Na véspera, o dólar já tinha caído 2,17%.
Com isso, a moeda norte-americana fecha a semana com baixa de 4,74%. No mês, o dólar acumula queda de 5,21%. No entanto, em 2015, ainda tem valorização de 41,38%.
Cenário internacional
Investidores se mantiveram otimistas um dia após a ata da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) reforçar apostas de que a entidade só elevará os juros nos Estados Unidos no ano que vem.
A ata da reunião de setembro mostrou que o Fed acreditava que a economia do país estava próxima de justificar aumento de juros em setembro, mas seus membros decidiram que era prudente esperar por evidências de que a desaceleração da economia global não está tirando os EUA dos trilhos.
“Ao deixar evidente sua falta de segurança no que tange à elevação dos juros do país…, a instituição [Fed] justifica sua conduta e motiva o investidor a partir para o risco novamente”, escreveu o operador da Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho, em nota a clientes.
Taxas de juros mais altas nos EUA preocupam investidores, pois podem atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países, como o Brasil.
Cenário nacional
O mercado continuava atento à política brasileira, que ainda pode voltar a pressionar o dólar.
Investidores estavam de olho no desenrolar da análise dos vetos presidenciais pelo Congresso Nacional, adiada duas vezes esta semana por falta de quórum.
Também avaliavam a rejeição das contas públicas de 2014 proposta pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que abre espaço para um eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O parecer pela reprovação não significa que as contas foram reprovadas. Elas ainda precisam ser julgadas pelo Legislativo.
“Não dá para saber até quando essa queda [do dólar] se sustenta”, disse à agência de notícias Reuters o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold. “Se piorar muito, a tendência é voltar tudo”, afirmou, referindo-se à cotação do dólar acima de R$ 4 atingida em setembro.
Atuações do BC
O Banco Central deu continuidade nesta manhã à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos.
Até agora, o BC já rolou US$ 3,581 bilhões, ou cerca de 35% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com Reuters)