Os dados fiscais divulgados nesta quinta-feira, 29, mostraram um cenário de déficit primário consistente, mas não tão ruim quanto o projetado pelo mercado.
Isso favoreceu a queda do dólar ante o real, em especial no período da tarde, quando investidores que estavam vendidos em derivativos cambiais puxaram as cotações para baixo, de olho na Ptax de amanhã.
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O resultado foi a queda de 1,58% do dólar à vista no Brasil, aos R$ 3,8537. No mês, a moeda cede 2,40% e, no ano, sobe 44,93%.
Pela manhã, o dólar chegou a dar continuidade aos ganhos vistos ontem, após o Fed sinalizar que a possibilidade de alta de juros será avaliada em dezembro. Assim, o dólar à vista marcou a máxima de R$ 3,9541 (+0,98%) às 10h19.
Bastante aguardados, os números do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no terceiro trimestre acabaram tendo pouco efeito nos negócios, já que vieram em linha com as previsões. Os EUA cresceram à taxa anualizada de 1,5% no período (primeira estimativa).
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Mas pela manhã também saiu a primeira bateria de números fiscais. O Tesouro informou um déficit primário para o Governo Central (formado por Previdência, Banco Central e Tesouro) de R$ 6,932 bilhões em setembro.
O resultado de setembro foi ruim – ainda mais por ter elevado o déficit primário acumulado em 2015 para R$ 20,938 bilhões, o pior resultado da história -, mas foi um pouco melhor que o esperado.
A mediana das expectativas do mercado financeiro indicava saldo negativo de R$ 13,600 bilhões.
Neste cenário, o dólar começou a desacelerar gradativamente seus ganhos ante o real no fim da manhã até que, no início da tarde, passou a registrar perdas.
O recuo se intensificou porque investidores que estão vendidos em derivativos cambiais (posicionados na queda do dólar) passaram a pressionar para baixo as cotações à vista, de tal forma que amanhã, quando será definida a Ptax de fim de mês, eles já tenham alguma vantagem na disputa com os comprados (posicionados na alta).
Além disso, surgiram mais dados fiscais. O Banco Central informou que o setor público consolidado (formado por governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 7,318 bilhões em setembro, também melhor que o resultado negativo de R$ 8,350 bilhões projetado pelo mercado. EXAME
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