Dólar cai 0,77% e fecha a R$ 3,183, à espera da decisão do BC sobre juros
O dólar aqui acompanhou o movimento de queda no exterior. Investidores colocavam dinheiro em negócios de maior risco, como são considerados os de países emergentes
O dólar comercial fechou esta terça-feira (18) em queda de 0,77%, a R$ 3,183. Com isso, a moeda norte-americana acumula baixa de 0,67% na semana. No mês, tem desvalorização de 2,11% e, no ano, perdas de 19,38%. Na véspera, o dólar havia subido 0,1%.
Os investidores aguardavam o resultado do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que na quarta-feira pode cortar a Selic (taxa básica de juros) pela primeira vez em quatro anos.
Analistas têm avaliado que, ao dar o primeiro passo para reduzir a taxa básica do Brasil, o Banco Central vai mostrar que as condições no país melhoraram. Isso pode atrair recursos estrangeiros e fazer o dólar cair ainda mais. Quanto maior a oferta da moeda, o preço tende a cair.
Cenário brasileiro
O mercado foi influenciado também pelo fato de que o projeto que altera as regras de repatriação de recursos não declarados no exterior não será mais pautado na Câmara dos Deputados. Com isso, permanece a data final de 31 de outubro para a repatriação de recursos do exterior, prevista na lei atual.
“A decisão de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, de arquivar o projeto que modificaria a lei de repatriação de recursos enviados ilegalmente ao exterior deve provocar considerável aumento da adesão de contribuintes nessa reta final do programa, o que, em termos práticos, poderá influenciar na valorização do real diante do dólar”, explicou a corretora Renascença em relatório a clientes.
A leitura do mercado é de que muitos dos investidores que estavam aguardando uma definição sobre o prazo para decidir quando iriam aderir à repatriação agora têm que correr, já que o prazo termina no final deste mês.
“Temos uma janela, em tese, desta semana e da próxima para internalizar recursos”, disse o economista de uma corretora à agência de notícias Reuters.
Isso não significa, a seu ver, que o dólar se manterá sempre em queda. “Há dias que o mercado passa por correção, com investidores aproveitando preços, sobretudo quando a moeda cede abaixo de R$ 3,20”, afirmou.
Atuação do BC
Como nas últimas sessões, o Banco Central brasileiro ofertou 5.000 contratos de swap cambial reverso (equivalentes à compra futura de dólares). Todos foram vendidos.
Cenário externo
O dólar aqui acompanhou o movimento de queda no exterior. Investidores colocavam dinheiro em negócios de maior risco, como são considerados os de países emergentes.
“O giro está um pouco melhor nesta sessão, mas ainda está baixo, então qualquer operação acaba influenciando mais as cotações. O ambiente de Brasil está melhor, então isso potencializa a queda aqui”, disse o sócio-diretor de uma gestora à Reuters.