O bilionário russo Roman Abramovich entregou a administração do Chelsea à fundação de caridade do clube ontem. No entanto, o mandatário tem o que se pode considerar uma apólice de seguro multibilionário caso o Reino Unido venha atrás de seus bens: o próprio Chelsea.
De acordo com a revista ‘Forbes’, os Blues devem 2 bilhões de dólares (cerca de R$ 10 bilhões na cotação atual) a Roman Abramovich. O professor de finanças de futebol da Universidade de Liverpool, Kieran Maguire, afirmou que esse movimento do russo pode gerar um cenário dramático para o clube.
“Se ele [Roman Abramovich] quiser se recuperar, ele pode pedir de volta o dinheiro que investiu no Chelsea. Isso significa que o Chelsea vai falir, e Putin poderá dizer: ‘Bem, você começou'”, disse Kieran.
A Forbes afirma que na última temporada, Abramovich emprestou 26 milhões de dólares ao Chelsea — mesmo com o título da Liga dos Campeões as contas não fecharam.
“O clube não tem recursos para devolver o dinheiro. Se o Chelsea for vendido, você vende pelo valor da empresa. Se esse dinheiro vai na forma de capital ou dívida é irrelevante. Mas o clube, potencialmente, pode estar preso porque ele [Abramovich] pode exigir o dinheiro de volta. E então o clube pode deixar de existir”, acrescentou Kieran Maguire.
Kenneth Cortsen, economista esportivo, disse à Forbes que a situação com o bilionário russo levanta uma questão mais ampla no Campeonato Inglês sobre quem pode entrar nas filas de proprietários de um clube.
A Rússia já sofreu algumas sanções no mundo do esporte. O Schalke 04, tradicional clube alemão, retirou o logotipo e a marcada da gigante russa de energia Gazprom de sua camisa. O Manchester United rompeu contrato de patrocínio com a maior companhia aérea russa, a Aeroflot. Além disso, a Uefa transferiu a final da Liga dos Campeões desse ano de São Petersburgo para Paris. VOL