“Direita avança nas periferias a reboque do ‘conservadorismo da favela’” é o título de matéria publicada pela Folha nesta terça-feira (2) para explicar a força de Jair Bolsonaro nas favelas.
Há três semanas, o presidenciável Guilherme Boulos (PSOL) foi fazer campanha na favela de Heliópolis e ouviu do líder comunitário: a esquerda pela qual tanto zela está perdendo espaço naquela comunidade.
Não só lá. A ascensão do direitismo na periferia vem ganhando fôlego, com o surgimento de vários grupos bolsonaristas.
“A maior parte da favela já é conservadora”, afirma Douglas Garcia, o cofundador do Direita São Paulo.
E os conservadores estão aprendendo a entrar numa trincheira historicamente dominada pela militância de esquerda, diz o jovem.
Douglas continuou:
Você consegue convencer as pessoas atacando a questão moral. Fala pro cobrador de ônibus se ele apoia que filho João possa ser chamado de Maria. Vai dizer que não. Mas você não consegue se chega dizendo que vai tirar o Bolsa Família.
Douglas, que é morador de favela em Americanópolis, zona sul de São Paulo, entende assim:
Bolsa Família, bolsa aquilo outro, tudo isso é um desserviço ao país. Claro que não daria para tirar o benefício sem oferecer contrapartida. Uma boa pedida: privatizar para diminuir a dívida pública e tirar a bola de imposto e burocracia que atrapalha não o empresário, mas os pobres.
A começar pelo seu pai. Ele penou até tirar os documentos necessários para transportar alunos em sua van.
Me pergunto: se tivesse mais facilidades [com a documentação], será que precisaria desse tipo de benefício?
Fonte: Tarciso Morais – Renova Mídia