Dilma deixa o Palácio da Alvorada para morar em Porto Alegre
A ex-presidente Dilma Rousseff deixou, por volta das 15h30, desta terça-feira (5) o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, onde mora desde janeiro de 2011, quando assumiu o primeiro mandato. Ela seguirá para Porto Alegre, onde parte de sua família mora.
Após deixar o Palácio, Dilma desceu do carro e cumprimentou os manifestantes que a aguardavam do lado de fora do local. Ela recebeu várias rosas de presente e não parou para falar coma imprensa.
Na última quarta (31), o Senado aprovou, por 61 votos a 20, o impeachment de Dilma.
Ela foi condenada sob a acusação de ter cometido crimes de responsabilidade fiscal – as chamadas “pedaladas fiscais” no Plano Safra e os decretos que geraram gastos sem autorização do Congresso Nacional. Apesar disso, os senadores decidiram, em uma segunda votação, manter a petista habilitada para ocupar cargos públicos.
Nos últimos dias, Dilma permaneceu no Alvorada e recebeu a visita de ex-ministros de seu governo, como Aloizio Mercadante e Eleonora Menicucci.
Porto Alegre
Na capital gaúcha vivem a filha dela, Paula Araújo, o genro e os dois netos, além do ex-marido de Dilma Carlos Araújo. Embora tenha nascido em Belo Horizonte (MG), a ex-presidente construiu sua carreira política em Porto Alegre (RS). Ela disse na última sexta, porém, que pode “passar um tempo” no Rio de Janeiro, onde a mãe, Dilma Jane, mora.
“Não ficarei em Brasília porque pretendo ir para Porto Alegre e tenho a possibilidade de ficar um tempo no Rio porque minha mãe mora tradicionalmente no Rio de Janeiro”, declarou Dilma a veículos estrangeiros na sexta.
Dilma deixou o Palácio da Alvorada acompanhada do ex-ministro José Eduardo Cardozo, que capitaneou a defesa da agora ex-presidente no processo de impeachment no Congresso Nacional.
Ao portal G1, Cardozo disse que a saída de Dilma da residência oficial representa um momento “muito triste”, mas que mostra que há “muitas pessoas lutando pela democracia no Brasil”, em referência aos manifestantes pró-Dilma que aguardavam a saída da petista.
“É uma solidariedade muito importante, não só para a Dilma, mas para todos aqueles que lutam pela democracia no Brasil”, disse Cardozo.
“Nenhum governo que toma posse de forma ilegítima pode tirar o Brasil da crise. Precisamos de democracia, democracia e democracia. Vamos tentar fazer com que Dilma volte”, continuou o ex-ministro.