Elaine Pessini vendia lingerie de porta em porta e, hoje, tem uma fábrica de cosméticos eróticos com 70 itens no catálogo
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Com a doença do filho, a empresária Elaine Pessini e o marido precisaram decidir entre largar o negócio ou investir tudo nele
Na época da faculdade de pedagogia, em 2001, a capixaba Elaine Pessini vendia lingerie de porta em porta, em Vila Velha (ES), para contribuir no orçamento familiar, mas o tino para os negócios já apontava a necessidade de buscar novos produtos para ampliar as vendas.
Com isso na cabeça, ela visitou um sex shop e teve a ideia de vender também cosméticos sensuais e decidiu emprestar R$ 150 do marido para comprar os primeiros produtos: 100 frascos de óleo térmico. Em três dias vendeu tudo, lucrando R$ 400.
“Só tinha um sex shop no Estado todo. Eu passei a comprar direto do fornecedor e revender para outras lojas que tinham interesse no produto”, lembra. Três anos depois, Elaine havia abandonado as vendas de porta em porta e já tinha uma carteira de 180 lojistas que compravam lingeries e cosméticos sensuais dela.
Em 2005, o filho único do casal foi diagnosticado com câncer e a empresária precisou diminuir o ritmo de trabalho para ajudar no tratamento. Foi nesse momento que ela e o marido decidiram que precisavam de um negócio próprio e apostaram alto: “Não consegui manter o mesmo ritmo de vendas, tínhamos de escolher entre largar o negócio ou investir tudo nele”, conta Elaine.
O marido, José Henrique, refutou a ideia de largar o negócio e passou a conciliar a carreira de policial militar com a faculdade de Química. Ela investiu em cursos sobre sexualidade e gestão empresarial. Em três anos investiram cerca de R$ 1 milhão em pesquisas, licenças e na implantação da fábrica. Enquanto o projeto não saia do papel, eles terceirizaram a produção.
No fim de 2008, o casal inaugurou a fábrica da Pessini Cosméticos em Vila Velha, no Espírito Santo. O volume de vendas dobrou desde então. Hoje ela emprega 22 pessoas diretamente e tem capacidade de produzir 400 mil unidades por mês. A empresa tem uma base de 500 compradores diretos, que fazem a distribuição dos produtos em todo o Brasil e um parceiro que importa para a América do Sul, EUA e África.
O catálogo possui 70 itens e é formado principalmente por cremes e géis com funções térmicas, sensibilizantes e aromatizantes. Os produto mais vendidos da marca são os géis beijáveis, que chegam no consumidor final por um preço entre R$ 12 e R$ 30. A empresa não abre faturamento, mas, segundo Elaine, a expectativa é ir contra a crise e crescer cerca de 8% no ano que vem.
Segundo dados da Associação Brasileira do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), o mercado de produtos sensuais no Brasil deve faturar R$ 1,17 bilhão em 2015. É um mercado que conta com mais de 80 mil vendedores domiciliares e 125 mil empregos gerados direta e indiretamente. Hoje, 65% dos itens vendidos são de origem nacional, há 15 anos 85% dos produtos eram importados.