O ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido) pode voltar a ser preso pela Justiça, por não constar em sua delação premiada fatos relatados pela delação dos executivos da Odebrecht. Segundo os delatores, Delcídio recebeu R$ 500 mil, após ter votado favorável pela aprovação de lei que beneficiou a empresa nas questões ligadas a ICMS.
Caso os investigadores da Lava Jato comprovem que Delcídio escondeu informações relativas ao caso, incluindo o repasse de R$ 500 mil pela Odebrechet, o acordo de delação premiada do ex-senador pode ser suspenso, por descumprimento das normas, existindo da prisão de Delcídio ser determinada novamente.
De acordo com o executivo, após a aprovação Projeto de Resolução do Senado Federal 72/2010, que estabelecia alíquota de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 0% nas operações interestaduais com bens e mercadorias importadas do exterior, a equipe da empresa recebeu um e-mail que relatava que Delcídio teria reclamado por não ter recebido muita “atenção” após a aprovação do PRS 72/2010.
O ex-vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, destaca que o apelido do senador era Ferrari, que ele iria receber R$ 500 mil e a entrega iria ocorrer em julho de 2012 no Hotel Fasano, em São Paulo. “Carlos Souza aprovou um apoio de R$ 500.000,00 que transmiti ao Senador Delcidio em 26 de julho de 2012, no hotel Fasano, em São Paulo, que a companhia lhe faria um pagamento. Na sequência, enviei um e-mail a Carlos Souza e Márcio Faria no mesmo dia comunicando que Delcídio tinha ficado ‘absolutamente satisfeito’ e que tinha ‘pressa’ no recebimento”, afirmou Cláudio Melo Filho na delação.Por: Folha de Dourados