A busca pelo lote do achocolatado Itambézinho interditado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em todo Brasil, começou no último sábado (27), em Campo Grande, conforme a assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). A Vigilância Sanitária ainda não encontrou bebidas da remessa específica nos estoques vistoriados até agora, mas deve divulgar um balanço das fiscalizações, na próxima quarta-feira (31). Enquanto isso, comprar ou não, a bebida láctea para os filhos divide opiniões de pais na Capital, mas ainda não há impacto nas vendas, segundo comerciantes ouvidos
A reportagem do Jornal Midiamax em visitou comércios da Capital e constatou que há quem não liga muito para boatos e também aqueles que preferem adotar a cautela e estão preocupados. Uma consumidora, que preferiu não se identificar, disse que o filho tem pedido a bebida láctea, porém quer evitar o máximo. “Hoje mesmo meu filho pediu, mas não comprei por medo”, disse.
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Karina Nantes confessou à reportagem que ficou sabendo da morte da criança nesta segunda-feira (29), e apesar de consumir a bebida junto com os dois filhos, aguarda o fim das investigações. “Eu e meus dois filhos consumimos achocolatados, inclusive a marca noticiada, mas a partir de agora vou reduzir, pelo menos por enquanto”, disse.
Uma outra mãe, que tem quatro filhos, vai contra o comum e afirma que após descobrir que há tolerância até para pelo de rato, em extrato de tomate, notícias como esta, não a assustam mais. “Não vou parar de comprar e consumir. É só entregar na mão de Deus”, disse.
RESOLUÇÃO
A Resolução da interdição cautelar, da bebida láctea fabricada pela empresa Itambém Alimentos S/A foi publicada no DOU (Diário Oficial da União), desta segunda-feira (29) e foi motivada em função de suspeita de associação do óbito de uma criança uma hora após a ingestão do produto, em Cuiabá/MT, na última quinta-feira (25).
Vale ressaltar, que o prazo de suspensão da venda é de 90 dias, enquanto isso não haverá recolhimento do produto, pois a causa da morte é investigada. Nesse período, o comércio ficará apenas proibido de vender o achocolato do estoque.
O lote é o nº 21:18 (val.: 21/11/2016), do produto Bebida Láctea UHT sabor chocolate, 200ml, marca: Itambezinho, fabricado por Itambém Alimentos S/A. (CNPJ 16.849.231/0005-38), SIF 769, situada na Rodovia BR 262 s/n, Km 403, Patafufo. Para de Minas/MG.
A Coordenadoria de Vigilância do Estado esclarece que a interdição é uma atividade comum e utilizada rotineiramente quando existe a suspeita de contaminação ou desvio de qualidade de qualquer tipo de produto de interesse à saúde.
BOATOS
Antes mesmo da publicação da resolução de interdição cautelar, a polícia e a Vigilância Sanitária Regional do Estado de Mato Grosso já tentavam desvendar o mistério em torno da morte da criança. Paralelo a isso, a internet também iniciava os boatos com informações desencontradas sobre o incidente, envolvendo até outras marcas.
Porém, o único fato realmente comprovado, em Cuiabá, é da marca Itambé – o Itambynho. Apesar de ainda não descartar contaminação no lote do achocolatado, a Deddica (Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente), que investiga o caso, também considera a possibilidade de envenenamento intencional das unidades presentes na casa da vítima, já que estes foram vendidos por um adolescente, morador da vizinhança, que está sumido.
A polícia aguarda os laudos da necrópsia feita com amostras de tecido do estômago da criança, a fim de identificar a substância que a vitimou. Já a empresa Itambé divulgou nota em que afirma ter ficado ciente do ocorrido e que acompanha e auxilia a apuração dos fatos.