Você pode perder bastante dinheiro ao investir em um fundo, mas também pode ter uma boa rentabilidade de acordo com seu objetivo. Veja como investir.
O mercado de fundos de investimento é como a prateleira de um hipermercado: tem produto para todo perfil de consumidor, a preços bem diferentes. A principal vantagem de investir em fundos é contar com uma gestão profissional das suas economias, mas se você não aplicar no fundo certo, pode perder bastante dinheiro.
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Alguns fundos podem ser tão seguros quanto a poupança, outros podem ser tão arriscados quanto o mercado de ações. Os fundos são investimentos coletivos, que reúnem dinheiro de diversos investidores e aplicam esse recurso em diferentes ativos, como títulos públicos, ações ou moedas estrangeiras. Cada um tem suas regras e estratégias de investimento, mais ou menos agressivas.
Para tomar decisões estratégicas por você, o gestor do fundo cobra uma taxa de administração, o que pode reduzir sua rentabilidade em comparação a outros investimentos. Alguns também cobram taxa de performance e taxas de entrada e saída. Além disso, os fundos descontam Imposto de Renda no resgate ou semestralmente, no caso dos fundos de renda fixa e multimercados.
Por tudo isso, não dá para dar bobeira ao decidir investir em fundos. Mesmo com um gestor que tome as decisões por você, é essencial escolher uma aplicação que atenda seus objetivos. Para escolher o banco ou a corretora, compare as taxas cobradas e a rentabilidade média atingida pelo gestor no fundo que se encaixa nas suas necessidades.
Os nomes dos fundos são bem diferentes em cada banco ou corretora, apesar de todos serem classificados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O importante é você ter claro para que quer aplicar o dinheiro, quando pretende resgatar os valores e qual nível de risco está disposto a enfrentar, e o gestor vai indicar o melhor fundo para você.
A seguir, entenda os principais tipos de fundo classificados pela Anbima e qual é o mais indicado para você:
Fundos de renda fixa
Como o nome diz, esses fundos aplicam o dinheiro do investidor apenas em ativos de renda fixa, que permitem ao investidor saber desde o início qual será sua remuneração. Esses ativos podem ser títulos públicos, aqueles mesmos vendidos na plataforma do Tesouro Direto, títulos de bancos, como os CDBs, e títulos de empresas, como as debêntures.
Esses são os fundos de investimento mais conservadores, indicado para os investidores que pretendem se arriscar o mínimo possível. Você não corre risco de perder dinheiro, como um acionista, por exemplo, mas pode ganhar uma rentabilidade abaixo da inflação, ou seja, perder poder de compra.
“Esse não é um fundo montanha russa, que dá frio na barriga. Você terá retorno monetário, mas corre o risco de perder poder de compra se o fundo render abaixo da inflação”, explica a economista Juliana Inhasz, professora da graduação do Insper.
Se o gestor do fundo compra títulos com vencimento no curto prazo, seu risco é bem baixo. Já se compra papéis de longo prazo, o risco de enfrentar volatilidades durante o caminho é maior, mas a rentabilidade também. Por isso, é importante ter claro o seu objetivo ao investir, para escolher um fundo com que se adapte às suas necessidades, como ressalta Hudson Bessa, gerente de Informações e Base de Dados da Anbima.
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Com taxas de administração altas, fundos de renda fixa podem render tão pouco quanto a poupança. Apesar de ser um contra-senso, quanto mais simples é o fundo de renda fixa, maior costuma ser a taxa de administração cobrada pelos gestores no mercado, segundo Vera Simões, gerente de registros e autorizações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fiscaliza o mercado.
Por isso, comparar a taxa de administração é tão importante quando avaliar a performance passada. “Fundos de renda fixa não dão trabalho para o gestor e não deveriam cobrar mais do que 0,5% de taxa de administração. Recomendo investir nos que cobram até 1,2%”, aconselha Gustavo Pires, head da plataforma de fundos e previdência da XP Investimentos.
Mesmo dentro do universo dos fundos de renda fixa, há muitas diferenças entre um produto e outro. Tenha claro o seu objetivo ao investir, para escolher um fundo que se adapte às suas necessidades. Há fundos no mercado com aplicações mínimas a partir de 100 reais, como mostrou uma pesquisa da Proteste.
Fundos multimercados
Esses fundos oferecem risco moderado ao investidor, pois sua carteira de ativos mistura renda fixa com renda variável, como ações, por exemplo. A proporção entre renda fixa e renda variável é bem diferente conforme o fundo e há uma infinidade de produtos distintos no mercado.
Portanto, especialmente em fundos multimercados, é importante conhecer o produto escolhido para aplicar seu dinheiro. “Esse fundo não é recomendado para quem tem perfil ultraconservador. O investidor pode perder dinheiro, mas não muito. Em compensação, pode ter ganhos acima da taxa de juros da renda fixa”, explica Vera Simões, da CVM.
A principal vantagem dos fundos multimercados é a sua diversidade de ativos. Se um mercado vai mal, o gestor pode compensar as perdas aplicando seu dinheiro em outros papéis que vão bem.
“Mas, às vezes, tudo aponta para baixo. Por isso, só indico multimercados para quem já tem intimidade com o mercado financeiro e aplica também em outros investimentos”, alerta a professora Juliana Inhasz, do Insper.
Fundos de ações
Esses fundos investem no mercado de ações, ou seja, tudo pode acontecer. Em 2016, os fundos de ações ocuparam as primeiras posições no ranking de melhores investimentos do ano. No entanto, nunca há garantia que os investidores não perderão dinheiro.
Por isso, fundos de ações são indicados apenas para investidores qualificados ou profissionais, que diversificam sua carteira de investimento e não contam com o dinheiro no curto prazo. “Se você não tem conhecimento suficiente sobre o mercado, não invista nesses papéis. Você pode perder muito dinheiro”, avisa Vera Simões, da CVM.
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Fundos cambiais
Fundos cambiais são indicados especificamente para quem precisa se proteger da variação do câmbio. Normalmente são investidores que trabalham com exportação e importação ou que têm uma viagem marcada para o exterior.
Isso porque ele faz o processo chamado de hedge cambial. Ou seja, além deste tipo de fundo ser composto por títulos atrelados à variação do câmbio, ele tem aplicações em títulos que pagam juros sobre a oscilação da moeda, taxa chamada de cupom cambial.
Dessa forma, mesmo que o dólar tenha sofrido uma alta no período, se a Taxa Selic aumentar e o fundo tiver papéis com juros de longo prazo, as cotas podem sofrer uma perda. É um ponto positivo, já que a Selic tem perspectiva de queda para os próximos meses.
No geral, o que você precisa saber é que, ao aplicar em um fundo como este, seu gestor vai operar no mercado cambial, o que significa que sua rentabilidade após um ano estará atrelada ao desempenho da moeda —como o dólar.
Por exemplo, se o dólar tiver alta, você terá uma boa remuneração. Já se o dólar cair, ao final, seu montante em reais será menor do que o investido inicialmente. Nesse caso, mesmo com menos reais, você conseguirá comprar a mesma quantidade de dólares que antes.
Outros fundos
Há no mercado, ainda, os fundos de previdência, destinados a guardar dinheiro para a aposentadoria, e os fundos imobiliários, específicos para quem quer investir no mercado imobiliário e negociados na bolsa. Veja como escolher o seu plano de previdência privada e quais os melhores fundos imobiliários para investir.EXAME
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