A depressão está presente em nossos dias como jamais esteve em outra época e muitas vezes passa despercebida ou ignorada. Muitas pessoas dizem ser “frescura”, outras fraqueza e outras até dizem ser falta de Deus no coração. Fico chocada com isso, pois o homem é tão inteligente e já fez tantas descobertas, tem tanta informação e mesmo assim muitas vezes trata com preconceito pessoas que deviam ser tratadas com apoio e amor.
A depressão é mais que uma tristeza passageira, é uma doença e deve ser tratada como qualquer outra. Do mesmo modo que temos que buscar um tratamento se houver um problema no fígado devemos procurar tratamento para a depressão. Adianta você decidir se curar da doença do fígado, mas não buscar ajuda médica? Sim, oramos, claro que devemos buscar a Deus, mas também devemos nos lembrar que esse mesmo Deus deu ao homem a inteligência e a ciência, esse mesmo Deus nos permitiu descobrir tratamentos e cuidados para quase todas as doenças, inclusive as da mente. Ele espera que procuremos tratamento, Ele não nos deu tanta inteligência à toa, não é?
Bem, mas e quando já temos um quadro de depressão (ou alguém próximo) e ela faz parte de nossa vida e já estamos nos tratando, o que fazer para não alimentar ainda mais essa depressão?
Digo que a depressão é como uma churrasqueira cheia de carvão em brasa, nossas atitudes podem ser de dois tipos:
A água
Que age a nosso favor e apaga o fogo.
O vento
Que age contra nós e aviva as chamas.
Quando estamos fazendo o churrasco, se o fogo fica muito alto e começa a queimar a carne borrifamos água para apagá-lo; e quando o fogo está se apagando, abanamos bem forte para avivar as chamas.
Aqui vão algumas dicas de como diminuir as chamas de nossa depressão ou de alguém que amamos e nos dar momentos de alívio mesmo em meio às angústias que a depressão nos causa. Estar alertas é de vital importância, eu disse alertas e não paranoicos, sendo cuidadosos como seríamos com qualquer outra doença:
Não se comprometa com coisas demais.
Se não está dando conta de suas tarefas, não se desespere por não conseguir, e sim diminua na medida do possível as tarefas ou delegue a alguém aquelas que podem ser feitas por outras pessoas.
Conscientize-se que a mudança é real, mas também é gradativa, viva um dia por vez e fique feliz com pequenas vitórias.
As coisas não chegaram ao ponto que estão de uma só vez, por isso vá consertando uma coisa por vez, tenha paciência e amor por si mesmo e pelo próximo.
Não se incomode com o que possam pensar ou dizer, aproveite tudo de bom que lhe oferecerem e descarte o que for mau.
Lembre-se: Deus faz a parte Dele, mas nós temos que fazer a nossa e nos valorizar. Costumo brincar que não somos uma doença que tem uma pessoa, e sim uma pessoa que tem uma doença! Nós somos maiores que a doença.
Paremos para nos lembrar de nossas (ou da pessoa querida) qualidades e das coisas boas que fazemos; da nossa força e nossa imensa capacidade e assim sintamos amor, compaixão e ternura por nós mesmos.
Usemos tudo o que pudermos a nosso favor, a medicina, os tratamentos, a oração, a busca e apoio de Deus, nosso empenho e, principalmente, nossa paciência com nós mesmos fazendo o que conseguimos, o que podemos e nos sintamos bem com isso. A frustração é nossa inimiga, não deixemos ela nos pegar, melhor é subir um degrau por vez do que tentar subir vários em um salto e cair.
Nós podemos e vamos conseguir vencer nossos obstáculos com êxito. Confiem!