Com gasto de quase de R$ 8 mi, diretor diz que tentou chegar o mais próximo da realidade na fronteira
O filme Em Nome da Lei tem pré-estreia nesta terça-feira (19) no cinema de Dourados para convidados e para acompanhar, parte do elenco está na cidade onde foi realizada entrevista coletiva durante a tarde. Gravado totalmente no município, a produção buscou questionar “qual é o preço da Justiça” e contou com o investimento de R$ 7,5 mi para o retrato da história do juiz federal Odilon de Oliveira.
De acordo com o diretor do longa, Sérgio Resende, a busca foi mostrar a realidade na região de fronteira nos aspectos político e cultural de forma a mostrar também que há “esperança para a justiça”. Ele cita que por mais que o tema seja sério a ideia é abordá-lo se modo também a não perder o lado da diversão nas telas.
“Minha expectativa é que as pessoas vejam o filme e se divirtam, se emocionem e que também reflitam um pouco sobre aquilo que a gente está vivendo. Destaca que minha primeira preocupação como diretor é de envolver emocionalmente o espectador, acho que estamos tratando de um tema sério, da justiça, da lei, da fronteira, mas ao mesmo tempo o cinema não é uma sala de aula eu não ou professor, acho que o cinema é um entretenimento, é uma grande diversão”, contou.
O ator Emílio Dantas participou da coletiva e afirmou que o conhecimento das situações cotidianas de tráfico na fronteira o chamou a atenção, assim como a beleza da região. Ele atua no longa como o personagem “Hermano” e cita que foi uma experiência prazerosa, com destaque ainda a receptividade que teve.
“Me chamou muito a atenção conhecer o que acontece, os esquemas e como é tudo e também fui muito bem recebido. Foi muito interessante fazer parte do filme, conhecer mais do sotaque local, da vivência. Nesse tempo pude ver o quanto aqui é bonito, locais com natureza que se destaca, as cores do céu, as plantações, tudo isso será mostrado e trouxe cores incríveis as imagens, vale a pena ver”, comentou.
Resende destacou que para o elenco que não conhecia a região de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e foi bastante satisfatória a experiência. Ele cita ainda que outros artistas queriam acompanhar a pre-estreia local, porém, foram impossibilitados por conta de agenda cheia.
“Temos um elenco espetacular no filme, acho que fizemos um trabalho com o lado de seduzir o espectador e ao mesmo tempo para que ele leve para casa uma mensagem um momento de reflexão sobre o tema. Foi uma experiência riquíssima, fortíssima par o elenco, todo mundo que veio, estava curioso. Veio gente do Rio de Janeiro e de São Paulo que não conhecia a região, então queiram andar, conhecer, viajar, muitos foram a fronteira mesmo, conversando com as pessoas na rua. Muitos dos artistas quando eu falei que queria fazer a pré estreia aqui queira vim, mas por conta de trabalhos não puderam, o Emílio que pode logo já se dispôs e veio”, disse.
Ator Emiilio Dantas esteve presenta na coletiva e destacou belezas da região (Foto: Gizele Almeida)
Ator Emiilio Dantas esteve presenta na coletiva e destacou belezas da região (Foto: Gizele Almeida)
O investimento total para o longa foi de R$ 7,5 milhões, valor que o diretor considera que com a produção alcançada foi como um “milagre”. Para ele, em outras localidades o gasto para o filme seria bem maior. Ele cita que mesmo com o orçamento “apertado”, o resultado é compensador.
“O cinema brasileiro faz milagres, acho que esse filme em qualquer outro lugar no mundo custaria no mínimo R$ 60 milhões, nós no Brasil conseguimos esse valor e acho que é uma proeza dado a qualidade do filme, acho que o cinema brasileiro está conquistando uma nova audiência, tem responsabilidade com essa audiência, ninguém quer mais ver filme ‘amarrado com barbante’ , fotografia e som ruins, há um compromisso de qualidade e procuramos respeitar e manter isso, acho quem quer ver não vai se decepcionar”, citou.
Já sobre a possibilidade de o filme passar no cinema em outros países, o diretor enfatizou que é provável, mas que o foco no momento é movimentar a produção no cinema nacional.
“O filme estreia no feriado e ficará o tempo que o público quiser. Estamos priorizando e lutando com o mercado interno, já tivemos convites para festivais internacionais, na China inclusive, mas a gente está totalmente voltado para conquista do nosso mercado no país e depois disse tentaremos expandir. A probabilidade de Em nome da lei ir para o cinema exterior, meus filmes tem circulado o mundo, e tenho perspectiva que com esse aconteça a mesma coisa”.
Em Nome da Lei teve as cenas gravadas entre os meses de março e abril, com adaptações de diversos pontos da cidade para retratar a fronteira do Brasil com o Paraguai em Mato Grosso do Sul. A presença de atores conhecidos movimentou a cidade neste período e muitos douradenses paravam para acompanhar a produção quando haviam cenas externas na cidade.
A expectativa é ver nas telas pontos conhecidos como o Clube Samambaia, que foi adaptado e teve boa parte das cenas rodadas, o antigo Dourados Park Hotel, o Shopping Avenida Center, a rua Cuiabá, além de casarões do bairro Jardim Girassol, entre outros.
A história do filme dirigido por Sérgio Rezende é inspirada em fatos reais vividos pelo juiz federal, Odilon de Oliveira, figura conhecida dentro e fora do Estado pela atuação no combate ao tráfico de drogas.
O juiz que na obra de ficção tem o nome de Vitor é vivido por Mateus Solano, protagonista do longa metragem, que ainda tem nomes como Paola Oliveira, Chico Diaz, Eduardo Galvão, Emilio Dantas, entre outros.