Na semana passada morreu Dorvalino, ontem o filho que estava intubado não resistiu
Dona Maria José segue internada. Com covid, ela não se despediu do marido nem de filho.
A ameaça se concretizou para pesar de uma família que teve de se despedir do pai e agora do filho. Cinco dias depois de Dorvalino Afonso Vilela, de 78 anos, partir, o filho que estava intubado, também com covid, não resistiu. Advogado, Mário Márcio Pereira Vilela tinha 55 anos e foi o primeiro da família a se contaminar com o coronavírus. Todos da casa pegaram, pai, filho e mãe. A matriarca, dona Maria José, ainda está internada no hospital e não pode se despedir do marido nem do filho.
O advogado foi enterrado, sem velório, no cemitério Jardim das Palmeiras, em Campo Grande. Mesmo local onde está o pai. O tio do advogado, também advogado, Delcindo Afonso Vilela está consternado.
“Mario Márcio tinha realizado há poucos meses o sonho de ser advogado. Estava estudando e começando sua carreira que, infelizmente, foi interrompida por essa covid. É uma tragédia na nossa família, que foi surpreendida com o falecimento dos dois em poucos dias”, lamentou.
Mário Márcio recém tinha começado a carreira como advogado. (Foto: Arquivo Pessoal)
Na casa dos Pereira Vilela, a covid arrombou a porta e se instalou nos pulmões de pai, filho e mãe. Jogador de futebol e amigo de muita gente, seu Dorvalino ficou 13 dias na UTI e morreu no dia 1º de dezembro. Pai e filho estavam internados em diferentes hospitais, travando uma batalha solitária contra a covid.
Dona Maria José, professora, esposa e mãe segue internada no Hospital da Unimed, sendo observada, mesmo lugar onde o marido passou os últimos dias na UTI.
Logo que a notícia da covid na família chegou, seu Delcindo se viu assustado. “Quem não assusta num desastre desse? Eu estou me cuidando, pouco saio de casa. A gente pensa que não dá na gente e olha o que acontece?” questiona.
Mário Márcio deixa dois filhos e três netos. – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS