Vítimas afirmaram que entregaram economias sob promessa de retorno mensal, mas ficaram sem nada. Justiça ainda não se manifestou. A Polícia Civil do Rio pediu a prisão dos três sócios, mas a Justiça ainda não se manifestou.
Chefe da quadrilha do golpe do falso empréstimo tem vida de luxo em Dubai
Sócios de empresas no Brasil que, segundo a Polícia Civil do Rio, fizeram vítimas com a promessa de retorno financeiro fácil estão em Dubai, nos Emirados Árabes, ostentando uma vida de luxo.
De acordo com as investigações, Gustavo Pontes Galvanho, Tiago Achiles e Rafael Ramiro montaram consultorias financeiras no Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Sergipe. Eles convenciam investidores de todo o país a entregar altos valores sob a promessa de retorno de até 4% ao mês.
O dinheiro, no entanto, jamais era devolvido, e Galvanho e Achiles se mudaram para Dubai com o dinheiro desviado. A polícia pediu a prisão dos três sócios, mas a Justiça ainda não se manifestou.
Vítimas
Como mostrou o Bom Dia Rio nesta segunda-feira (5), a enfermeira Deise da Silva foi uma das vítimas da fraude: ela perdeu R$ 100 mil no esquema.
“Pedi às pessoas da minha confiança para dar uma olhada no contrato. Todo mundo dizia que era registrado em cartório e que não tinha nada de anormal, que eu poderia confiar”, disse.
Segundo ela, os golpistas lhe prometeram retorno mensal de R$ 2.500, mas nada foi pago.
Outra vítima disse ter convencido o marido, desempregado, a fazer um empréstimo de R$ 35 mil na consultoria de Galvanho. Atualmente o casal acumula uma dívida que chega aos R$ 80 mil.
Gustavo Pontes Galvanho e Tiago Achiles foram para Dubai, depois de lesar investidores — Foto: Reprodução/TV Globo
O desempregado Robson Macedo também foi uma das vítimas do golpe.
“Eu estou no fundo do poço. Desempregado, com 61 anos, falido, quebrado, devendo ao banco. Estou vivendo à base de remédio de depressão. Se não é minha mãe, eu estava morando na rua.”
Pirâmide é crime
Segundo a polícia, o esquema de Galvanho, Achiles e Ramiro, que prometia alto lucro em pouco tempo, era uma espécie de pirâmide financeira — prática considerada crime contra a economia popular no Brasil.
“Quando prometem um retorno alto e dizem que não tem risco, já existe uma fraude”, alerta o economista Luiz Gustavo Medina.
Proposta de retorno era golpe — Foto: Reprodução/TV Globo
Os três sócios foram indiciados pelos crimes de associação criminosa, crime contra a economia popular e estelionato.
O que dizem as defesas
As defesas de Galvanho e Ramiro não se manifestaram.
O advogado de Achiles negou a participação do cliente no esquema